O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) lamentou a morte de um colaborador nesta segunda-feira (15) na Terra Indígena (TI) Apyterewa, no Pará. A vítima, um vaqueiro, prestava apoio a uma operação de desintrusão coordenada pelo Ibama e outros órgãos públicos para cumprir uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a nota oficial do Ibama, o colaborador foi alvo de uma emboscada durante a retirada de invasores e a apreensão de gado ilegal no território. Após ser baleado, ele foi socorrido de helicóptero para um hospital em São Félix do Xingu, mas não resistiu aos ferimentos.
A operação na TI Apyterewa é um esforço conjunto que envolve o Ministério dos Povos Indígenas, Funai, Abin, Força Nacional e polícias estaduais.
Em nota, o Ibama manifestou profundo pesar e solidariedade aos familiares da vítima, ressaltando que está oferecendo o suporte necessário neste momento. Em nota técnica, o Instituto repudiou veementemente a violência e reiterou que ataques dessa natureza não impedirão o cumprimento da lei e das decisões judiciais.
“O Instituto reafirma seu compromisso com a proteção das terras indígenas e a atuação integrada com os demais órgãos públicos, repudiando qualquer forma de violência contra agentes públicos e pessoas que colaboram com as ações do Estado”, diz o comunicado.
As autoridades competentes já instauraram inquérito para apurar as circunstâncias do crime. Equipes de perícia e investigação trabalham na região para identificar os autores dos disparos. O caso joga luz sobre o risco enfrentado por servidores e colaboradores na linha de frente do combate a crimes ambientais e territoriais na Amazônia.
O cenário na TI Apyterewa
A Terra Indígena Apyterewa é historicamente uma das áreas mais pressionadas pelo desmatamento ilegal e pela ocupação de grileiros no Brasil. O processo de desintrusão é complexo e enfrenta resistência de grupos locais que exploram economicamente a área de forma ilícita. Mesmo diante do atentado, o Governo Federal sinaliza que a operação continuará até que todo o perímetro da terra indígena seja devolvido ao povo Parakanã, seu detentor original.