Justiça volta suspender serviço de moto por app em SP, enquanto polícia investiga desobediência

Caso descumpram a decisão, Uber e 99 serão multadas em R$ 30 mil por dia

Uber e 99 realizaram serviço de moto por app mesmo após proibição da Justiça

A Justiça de São Paulo voltou a determinar nessa segunda-feira (26) a suspensão do transporte de moto por aplicativo, oferecido pela Uber e 99, na capital paulista.As empresas seguiram ofertando o serviço nos últimos dias e, por causa disso, a Polícia Civil instaurou um inquérito policial contra as empresas para apurar o crime de desobediência.

Segundo decisão do desembargador Eduardo Gouvêa, da 7ª Câmara de Direito Público, “a 99 Tecnologia Ltda e Uber do Brasil Tecnologia Ltda deverão se abster, por ora, da prestação dos serviços de transporte remunerado de passageiros por motocicletas na cidade de São Paulo, sob pena de aplicação de multa diária no valor de R$30.000,00 (trinta mil reais), em caso de desobediência”.

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A 99 e a Uber afirmaram que vão suspender temporariamente o serviço na cidade de São Paulo em respeito à decisão.

Notas Uber e 99

“Cabe destacar que a decisão atual abre caminho para que demais empresas continuem operando com serviços clandestinos e sem as camadas de segurança oferecidas pela Uber. Vale lembrar que a Uber já obteve mais de 20 decisões judiciais favoráveis relacionadas ao modal pelo Brasil, inclusive no âmbito do mandado de segurança, reconhecendo a legalidade da atividade e o entendimento de que os municípios não podem impedir a utilização de motocicletas para o transporte de passageiros”, disse a Uber.

“A 99 ressalta a urgência do debate sobre a inconstitucionalidade do decreto de proibição que precisa ser definitivamente decidido pelo Tribunal de Justiça e segue adotando todas as medidas legais para assegurar os direitos da empresa, de seus usuários e motociclistas parceiros em São Paulo, mantendo o compromisso que já promoveu mais de 1 milhão de corridas à população paulistana”, afirmou a 99.

Morte em acidente

O principal tema em torno do assunto de mototáxi em São Paulo é a segurança. O que inflamou o assunto foi que uma passageira morreu no sábado (24) à noite, na zona norte de São Paulo.

Larissa Barros Maximo Torres, de 22 anos, foi atropelada após a moto bater contra a porta aberta de um carro. Esse veículo estava parado, e o motorista também trabalhava com aplicativos.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), instalou uma faixa na noite de segunda-feira (26) no trecho da Avenida Tiradentes onde Larissa morreu.

A faixa em letras maiúsculas diz o seguinte: “A CET registrou neste local a morte de uma passageira que usava o serviço de mototáxi da empresa 99. O serviço de mototáxi é proibido — preserve sua vida”.

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Yuri Cavalieri é jornalista e pós-graduando em política e relações internacionais. Tem mais de 12 anos de experiência em rádio e televisão. É correspondente da Itatiaia em São Paulo. Formado pela Universidade São Judas Tadeu, na capital paulista, onde nasceu, começou a carreira na Rádio Bandeirantes, empresa na qual ficou por mais de 8 anos como editor, repórter e apresentador. Ainda no rádio, trabalhou durante 2 anos na CBN, como apurador e repórter. Na TV, passou pela Band duas vezes. Primeiro, como coordenador de Rede para os principais telejornais da emissora, como Jornal da Band, Brasil Urgente e Bora Brasil, e repórter para o Primeiro Jornal. Em sua segunda passagem trabalhou no núcleo de séries e reportagens especiais do Jornal da Band.

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