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‘Patricinhas do Tigrinho’ cadastradas no Bolsa Família são presas em operação da PC

“Patricinhas do Tigrinho” ficaram conhecidas por ostentar vida de luxo nas redes sociais; uma das mulheres recebiam R$ 750 mensais do Novo Bolsa Família até abril deste ano

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (6), uma operação contra as “Patricinhas do Tigrinho” em Luziânia, em Goiás, no entorno do Distrito Federal. As três influenciadoras são investigadas por participar de uma série de crimes, incluindo estelionato, exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro.

Ana Carolina de Souza, Aline Tainara Barbosa dos Reis e Tawane Alexandra Silva dos Anjos, são suspeitas de incitar seus seguidores nas redes sociais a participarem de jogos fraudulentos. O trio enganava centenas de pessoas e ganharam quantias exorbitantes. As “Patricinhas do Tigrinho” ficaram conhecidas por ostentar uma vida de luxo na internet. Roupas de grife, viagens internacionais, carros importados e imóveis de alto padrão faziam parte do cotidiano exibido para seus milhares de seguidores.

Embora os jogos apresentados em suas plataformas parecessem legítimos, a investigação revela que os lucros divulgados eram encenações, feitas para atrair mais pessoas a se cadastrarem e participarem dos jogos.

As influenciadoras eram responsáveis por atrair novos participantes para os jogos, simulando vitórias financeiras e promovendo a ideia de ganhos fáceis. No entanto, a plataforma que elas divulgavam era diferente daquela à qual os usuários tinham acesso, gerando lucros apenas para os responsáveis pelo esquema.

A cada novo cadastro realizado por seus seguidores, as “Patricinhas do Tigrinho” recebiam comissões e, assim, conseguiam financiar sua vida de ostentação.

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Lavagem de dinheiro e cadastro no Bolsa Família

A investigação foi liderada pelo Grupo Especial de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Gepatri) e aponta que o esquema envolvia, além do estelionato, a lavagem de dinheiro, onde as influenciadoras receberam valores imensos com a promoção de jogos de azar, sem comprovação de renda legítima.

Foi investigado ainda, que as mulheres estavam legalmente registradas como beneficiárias de programas sociais voltados para famílias de baixa renda, como o Bolsa Família e o Auxílio Emergencial, enquanto desfrutavam de uma vida de luxo completamente incompatível com sua renda oficial.

Aline Tainara Barbosa dos Reis, por exemplo, recebeu R$ 750 mensais do Novo Bolsa Família até abril deste ano. A operação da Polícia Civil de Goiás está em andamento, com mandados de busca e apreensão sendo cumpridos nos endereços das mulheres em Cristalina (GO), São José dos Campos (SP) e Luziânia (GO).

As investigações continuam, e a suspeita é de que o esquema de exploração de jogos de azar seja ainda maior, podendo levar a novas descobertas sobre a extensão do golpe.


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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.
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