A milícia que controla a zona Oeste do Rio de Janeiro está em “guerra”. O objetivo é ver que será o sucessor de Luiz Antonio da Silva Braga, o Zinho, no comando da região carioca.
Nesta sexta-feira (29), o seu braço direito, Antônio Carlos da Costa Pinto, o Pit, foi encontrado morto, no bairro da Paciência, após grande tiroteio na comunidade.
Uma criança de 9 anos também foi vítima da ação e precisou ser socorrida após ser baleada. Ela está no Hospital Municipal Miguel Couto e, de acordo com informações da Secretaria de Saúde do Rio, o estado dela é gravíssimo.
Eles não foram as únicas vítimas desta guerra, que está escancarada há mais de um ano. Mesmo antes de Zinho se entregar à Polícia Federal, em dezembro deste ano, a zona Oeste vive clima de guerra entre os milicianos.
Morte de Ecko reconfigurou o crime
A situação se deteriorou muito nos últimos anos, a partir da morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko. Líder da maior milícia do Rio, ele foi morto em 2021 em uma ação da Polícia Civil, e o processo de sucessão no grupo desencadeou uma verdadeira guerra entre Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, e Danilo Dias Lima, o Tandera.
No início de 2023, os milicianos Domício Barbosa de Souza, o Dom, e seu irmão Sérgio Domício Barbosa de Souza foram mortos a mando de Zinho. O chefe da milícia da zona Oeste pediu a morte deles por falta de transparência na aplicação dos recursos do bando.
Em novembro, um dos principais rivais de Zinho foi morto em um tiroteio no bairro Santa Cruz, também na zona Oeste do Rio. Alan Ribeiro Soares, o Nanan, morreu em intensa troca de tiro.
Quem é Zinho
Atualmente preso na Penitenciária de Bangu 1, de segurança máxima, Zinho é conhecido por ter sido o chefe da milícia que domina a zona oeste do Rio de Janeiro, desde a morte do seu irmão, Ecko.
Segundo as investigações, Zinho ascendeu à liderança da milícia muito em função das habilidades que possui com contas e administração do dinheiro.
Mais assassinatos
Em outubro, Faustão, braço direito de Zinho e até então considerado o segundo na hierarquia do grupo, foi assassinado durante confronto com agentes da Polícia Civil fluminense, e do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), na favela Três Pontes, em Santa Cruz.
Em retaliação à morte de Faustão, os milicianos fizeram ataques em série contra veículos nas ruas da zona oeste do Rio no dia 23 de outubro. Na ocasião, ao menos 35 coletivos foram incendiados. Segundo o sindicato das empresas de ônibus do Rio de Janeiro, foi o maior ataque a ônibus da história do município.