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Alunas vítimas de nudes falsos são ouvidas em investigação

Parte dos estudantes responsáveis pelas montagens já foram identificados e devem ser ouvidos a partir desta quarta-feira (8)

Estudantes do 7º ao 9º anos do Colégio Santo Agostinho, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, são suspeitos de manipular fotos e criar nudes falsos

Mais de 20 adolescentes vítimas de montagens feitas por alunos do Colégio Santo Agostinho, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, já foram ouvidas na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, no Centro da Capital Fluminense. A previsão é de que, nesta terça-feira (7), o diretor da instituição também preste depoimento.

O caso veio à tona no início deste mês. Estudantes do 7º ao 9º anos da instituição teriam manipulado fotos das vítimas e, com o uso de inteligência artificial, removido as roupas das adolescentes. As imagens, que foram retiradas originalmente das contas de Instagram das jovens, foram compartilhadas, depois de manipuladas, em grupos de WhatsApp.

Parte dos alunos responsáveis pelas montagens já foram identificados e deverão ser ouvidos a partir desta quarta-feira (8).

Em uma circular enviada pelo colégio aos pais e responsáveis dos alunos, a unidade disse que os episódios assustam e que lamenta “constatar que essa ferramenta criada para solucionar problemas e apoiar a vida moderna ainda não tem seu fim utilizado da maneira adequada.” O colégio disse ainda que se solidariza com as alunas envolvidas e suas famílias e que serão tomadas as medidas disciplinares aplicáveis aos fatos cometidos, em tutela escolar. A unidade, no entanto, não informou quais medidas serão essas.

Se confirmada a autoria do ato infracional, os estudantes responderão pelos crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), entre eles por “simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual.” A pena pode chegar a 3 anos em alguma unidade de sócioeducação.

Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.