Armas que foram furtadas do Exército de São Paulo em setembro deste ano foram oferecidas para o Primeiro Comando da Capital (PCC) e para o Comando Vermelho (CV), mas ambas facções criminosas recusaram os armamentos. As armas têm mal estado de conservação e iriam ser vendidas sem uma fita metálica indispensável para o funcionamento delas.
Integrantes do Comando Vermelho, do Rio de Janeiro, chegaram a negociar as munições, no entanto, não finalizaram a compra. Um dos principais motivos foi a ausência da fita, que tem uso controlado pelo exército - o que a torna difícil de ser conseguida no comércio ilegal.
As negociações foram feitas em um grupo de WhatsApp que continha as lideranças do CV. Em um vídeo compartilhado no grupo, era possível ver quatro metralhadoras .50 - armas poderosas que são capazes de derrubar aeronaves - roubadas do Exército Brasileiro.
Os membros do Primeiro Comando da Capital também receberam ofertas para compra as armas. O preço variava entre R$ 350 mil em cada metralhadora .50 e R$ 180 mil pelos fuzis.
Na semana passada, durante uma inspeção, os militares perceberam a ausência de 21 metralhadoras do quartel do Exército Brasileiro, em Barueri, São Paulo. No total, foram furtadas 13 metralhadoras de calibre .50 e oito de calibre 7,62. Até o momento, 17 foram recuperadas.
Metralhadoras encontradas
Nove metralhadoras foram encontradas nessa sexta-feira (20) no município de São Roque, no interior de São Paulo. Elas estavam escondidas em um lamaçal, em uma área de mata.
Na ocasião, foram recuperadas quatro metralhadoras de calibre 7,62 e cinco metralhadores calibre.50. Os militares encontraram as armas após receberem uma informação que na sexta-feira (20) haveria um carregamento de armas no local.
“Nós fizemos a diligência rapidamente e confirmamos. Os indivíduos nos receberam já armados. Efetuaram disparos contra os policiais que estavam na viatura. Os policiais revidaram. A viatura foi bastante alvejada por disparos de arma de fogo e esses indivíduos acabaram fugindo, num lugar bem ermo, escuro, à noite, numa estrada de terra”, explicou o delegado Marcelo Prado ao G1.
Prado também esclareceu que armas são pesadas e de difícil locomoção. De acordo com ele, os suspeitos iriam carregar um veículo com as munições, mas foram interceptados antes da ação.
Já na quinta-feira (19), outras oito armas foram encontradas - sendo quatro .50 e outras quatro 7,62 foram recuperadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.