O Procon Estadual de Minas (Procon-MG), órgão do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), proibiu a venda de 11 lotes do medicamento Gastrol TC, fabricado pela Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.A. A medida cautelar, determinada na quarta-feira (13), foi tomada devido à suspeita da presença de Fenol, substância cáustica com poder altamente corrosivo.
Uma investigação preliminar apura se o uso do remédio pode ter provocado a morte de um homem em Belo Horizonte. A vítima passou a ter fortes dores abdominais, desconforto epigástrico, náuseas, vômitos e morreu três dias depois da ingestão de um dos lotes possivelmente contaminados.
O Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas Gerais constatou a presença de Fenol no lote B22G2789, do Gastrol TC, o mesmo que a vítima tomou. Para o Promotor de Justiça de Defesa do Consumidor de Belo Horizonte Ruy Alexandre Neves da Motta, o resultado da perícia revela que o consumo desses lotes é impróprio e perigoso para o consumo humano.
Segundo o Ministério Público, o lote B22G2789, o mesmo que a vítima tomou, já havia sido proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas mesmo assim foi vendido à filha da vítima em uma unidade da Drogaria Araújo, na capital mineira.
Com a medida cautelar, o Procon-MG ainda irá submeter amostras de outras amostras aleatórias para passar pelo exame de perícia. A proibição da venda dos 11 lotes foi comunicada às grandes redes de farmácias de Minas e ao Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Minas Gerais (Sincofarma-MG).
Confira os lotes proibidos pelo Procon-MG
Lotes do Gastrol TC Suspensão 250 ml:
B22J1380
B22J1381
B22J1382
B22J1383
B22J1384
B22K2843
B22K2844
B22L1811
Lotes do Gastrol TC Suspensão 240 ml:
B22G2789
B22G2790
B22K2389
Quais os riscos da ingestão de Fenol?
De acordo com o perito da unidade, a ingestão da substância pode causar queimação na garganta e inflamação gastrointestinal grave. Caso seja inalado, o Fenol pode provocar irritação pulmonar e edema. Já na pele, ele é capaz de causar dor, queimaduras e feridas.
Segundo o perito, a amostra enviada para análise “apresentava forte odor desagradável, possivelmente pela presença do fenol”.
Para conscientizar a população sobre os riscos da substância corrosiva, o Procon-MG determinou que a Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica divulgue amplamente sobre a proibição da comercialização dos 11 lotes, sobre a suspensão do uso e a constatação da presença da substância em um dos lotes analisados.