O grupo dono das lojas M.Officer, criada pelo estilista brasileiro Carlos Miele em 1997, entrou em recuperação judicial, na última quarta-feira (6). A Justiça de São Paulo aceitou o pedido após os advogados comprovarem que a empresa apresentava dívidas no valor de R$ 53 milhões. A empresa é representada pelo escritório Thomaz Bastos, Waisberg, Kurzweil Advogados. As informações são do jornal Estado de São Paulo.
A empresa afirmou à justiça que possui 12 lojas, espalhadas por três estados brasileiros, e que gera 130 empregos diretos e centenas de indiretos. Segundo ela, a produção é 100% nacional. Além das lojas físicas, a M.Officer também vende pela internet.
No pedido de recuperação judicial, a empresa alega que as vendas caíram 91% durante a pandemia da Covid-19, o que agravou as finanças do grupo. A M.Officer diz que já vinha sofrendo com dificuldades devido à concorrência. “Primordialmente decorrentes da entrada dos gigantes players asiáticos no cenário nacional, [que vendem] sem contratar funcionários brasileiros, tampouco sem estar sujeitos ao recolhimento de todos os tributos”, afirmam os advogados em petição.
A defesa da marca de roupas também alega que a companhia tem tido dificuldade em conseguir empréstimos bancários. “As requerentes têm enfrentado sérias restrições na obtenção de capital de giro frente às instituições financeiras, o que acaba por prejudicar o regular prosseguimento de suas atividades e, também, de seus fornecedores e colaboradores”.
Justiça aceitou pedido de Recuperação Judicial
Baseado nos argumentos dos advogados de que a crise na empresa é passageira e reversível, a juíza Maria Rita Rebello Pinho Dias, da 3ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), aceitou o pedido de recuperação judicial da M.Officer, enviado em 5 de setembro.
A magistrada nomeou Adnan Abdel Kader Salem Advogados Associados como o administrador judicial da empresa e determinou o enviou de relatórios quinzenais com a situação financeira da marca.
A Recuperação Judicial suspende as ações e execuções contra a Mr.Officer por 180 dias, incluindo o pagamento de créditos.