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Membros do PCC que fizeram plano para matar promotor de Justiça são condenados

Criminosos pretendiam matar Lincoln Gakiya, promotor conhecido como ‘algoz do PCC’, além de outras autoridades

Criminosos foram condenados a mais de 13 anos de prisão

A Justiça de São Paulo condenou Carlos Alberto Damásio, o “Marlboro”, Roberto Cardoso de Aguiar, o “Viola”, Gabriel Nakis Gonçalves e Tony Ricardo Silveira por participação em um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para executar autoridades públicas.

As penas vão de nove a treze anos e quatro meses de prisão em regime fechado. As defesas ainda podem recorrer. Todos negam envolvimento no plano de atentado.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) afirma que delegados, uma juíza e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que há quase 20 anos investiga o PCC, estavam na mira da facção. O plano seria uma retaliação ao pedido de transferência de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo da organização criminosa.

“O conjunto probatório é bastante farto, seguro e harmônico no sentido de corroborar a acusação que pesa sobre os réus”, escreveu o juiz Deyvison Heberth dos Reis, da 3.ª Vara Criminal de Presidente Venceslau, que assina uma das sentenças. “As negativas dos réus não são capazes de rechaçar a autoria destes em relação aos crimes a eles imputados, haja vista a convergência das demais provas colhidas.”

A investigação foi aberta depois que agentes penitenciários descobriram cartas com ordens para os assassinatos. O Ministério Público afirma que houve articulação de criminosos em diferentes presídios para colocar o plano em prática.

A denúncia aponta ainda que a facção planejou alugar um apartamento em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, e chegou a levantar endereços de autoridades. Em depoimento, o promotor Lincoln Gakiya confirmou que sua casa chegou a ser filmada por drones.

“Infere-se dos manuscritos que a facção planejava assassinar um Promotor de Justiça atuante no Gaeco, Lincoln Gakiya e demais agentes públicos, muito provavelmente mediante o uso de arma de fogo, tal como já ocorreu em outros casos, inclusive nesta região do Estado, em 2003, onde figurou como vítima o então Juiz Antônio José Machado Dias, à época, atuante na Vara das Execuções na região de Presidente Prudente”, diz outro trecho da decisão.

A segunda sentença é assinada pela juíza Sizara Corral de Arêa Leão Muniz Andrade, da 3.ª Vara Criminal de Presidente Prudente. Ela destacou o “poderio armamentista e tecnológico” do PCC.

“Objetivava-se, com isso, reprimir a luta contra o crime organizado, desenvolvida pelos agentes públicos. Dessa forma, a organização criminosa pretendia imprimir sua hegemonia e poderio em detrimento do Estado”, escreveu.

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