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Professor é demitido de universidade por mandar mensagens de cunho sexual a aluna

A aluna mostrou à universidade as mensagens, áudios e vídeos de cunho sexual recebidas pelo professor

O professor trabalha na UEPG desde 2003 e possuia um salário superior a R$10 mil

Um professor do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná, foi demitido por assédio sexual contra uma aluna. A denúncia foi registrada pela menina em julho de 2022, mas a demissão do professor só foi publicada no dia 9 de agosto deste ano no Diário Oficial do Paraná. A aluna mostrou à universidade as mensagens, áudios e vídeos recebidas do professor.

Luciano Ribeiro Bueno era colaborador da UEPG desde 2002 e foi admitido como professor de carreira em 2012. Entre 2016 e 2020 ele foi chefe do Departamento de Economia. Desde então, o salário do professor era de R$10.959,38. Ele está afastado desde agosto de 2022.

O contato do professor com a aluna pelo WhatsApp começou na madrugada de 21 de julho de 2022, quando ele enviou duas mensagens, mas apagou em seguida. Durante a manhã, Luciano mandou novas mensagens se apresentando e questionando porque a aluna não estava indo à aula. Em seguida, o professor fala que a menina estava com notas ruins e ofereceu ajuda para ela: “vou te dar outra avaliação. Dá uma caprichada. Me chame a hora que quiser que envie as questões”. A aluna responde com “Entendi professor”.

À noite, Luciano volta a enviar mensagens, perguntando se ela queria receber as questões. Quando a aluna não responde, o professor manda uma mensagem falando que ela o deixa excitado. Neste momento ele envia diversas mensagens de cunho sexual, até que a aluna pede para ele confirmar que é mesmo o professor da UEPG. Ele confirma e pede para ela olhar seu status no WhatsApp, onde exibia imagens do órgão genital.

“Por um acaso em algum momento eu dei liberdade pro senhor me mandar esse tipo de vídeo, e me fazer esse tipo de proposta?”, questiona a aluna. O professor pede desculpas e a menina bloqueia o contato.

As mensagens foram verificados pela comissão responsável e registradas em cartório. A defesa do professor afirmou, ao portal G1, que não há provas de que Luciano agiu “no sentido de se valer de seu cargo para ofender a aluna em questão” e que ele estava passando por problemas psicológicos, como “transtorno depressivo grave e Síndrome de Burnout”, que levaram ele a “interpretar equivocadamente as mensagens trocadas com sua aluna fora do ambiente de sala de aula”.

Segundo o relatório do Processo Administrativo Disciplinar, o professor “não negou os fatos, mas acrescentou que tudo ocorreu porque interpretou os olhares e sinais corporais da aluna de forma equivocada”. Luciano ainda teria justificado dizendo que “as fotos não foram enviadas diretamente a ela”.

A UEPG informou que a investigação interna do caso foi realizada por comissão de professores efetivos, conforme legislação estadual.

Em junho deste ano, Luciano também respondeu criminalmente pelo crime e, conforme o Ministério Público do Paraná, ele aceitou a aplicação antecipada da pena a partir de um pagamento em dinheiro à vítima.

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