O desmatamento da Mata Atlântica caiu significativamente nos primeiros cinco meses deste ano. É o que revela o novo boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica, divulgado nesta quinta-feira (27).
Entre janeiro e maio, foram desflorestados 7.088 hectares do bioma, contra 12.166 hectares no mesmo período de 2022 - o equivalente a uma redução de 42%. A queda foi puxada principalmente por Minas Gerais, Bahia, Paraná e Santa Catarina. Os estados registraram uma diminuição de 47%, 43%, 54% e 46% no desmatamento, respectivamente.
O Espírito Santo, Pernambuco e Rio Grande do Sul também tiveram uma redução, mas o desmatamento ainda é considerado estável nesses estados. Em Alagoas, Rio Grande do Norte, São Paulo e Sergipe o desflorestamento aumentou. Mas, somadas, as áreas desmatadas representam menos de 12% do total.
Resultado é fruto de maior fiscalização
Para Marcos Rosa, coordenador técnico do MapBiomas, plataforma que consolida os dados sobre o desflorestamento dos biomas brasileiros, a queda está relacionada com uma maior fiscalização governamental. “A devastação em áreas menores que três hectares praticamente não sofreu redução, enquanto nas maiores, especialmente aquelas acima de 15 hectares, houve um significativo decréscimo no desmatamento. Isso pode estar diretamente relacionado ao incremento da fiscalização realizada pelos estados, à mudança de postura no governo federal e no IBAMA e às restrições de crédito financeiro para propriedades com desmatamentos não autorizados”, diz.
Diretor-executivo da Fundação SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto comemora o resultado. “Com essas conquistas, o cenário agora se mostra mais seguro e protetivo para a Mata Atlântica. Esperamos que, passado o momento marcado por ameaças, o próximo boletim possa exibir uma redução ainda mais acentuada”, afirma.