Testemunhas do massacre de Paraisópolis, em São Paulo, começam a ser ouvidas nesta terça-feira (25) pela Justiça paulista, a partir das 13h30, no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste. Os depoimentos vão fundamentar a decisão da Justiça de levar ou não a júri popular os policiais militares acusados de participação na morte de nove jovens em um baile funk.
O crime aconteceu em dezembro de 2019, na Zona Sul da capital paulista. À época, outras 12 pessoas que estavam no baile ficaram feridas e sobreviveram. Treze policiais militares são réus no processo. Doze respondem por homicídio com dolo eventual, ou seja, por assumir o risco de matar os jovens ao encurralá-los.
O outro policial militar é réu por expor pessoas a perigo. Ele é acusado de soltar explosivos nos jovens quando eles estavam sem saída do local. Todos os policias em liberdade e afastados do patrulhamento nas ruas. Eles executam trabalhos administrativos.
Nesta terça, serão ouvidas as testemunhas de acusação. No total, há 52 pessoas arroladas no processo e que deverão ser ouvidas pela Justiça. Não há prazo para a decisão.
De acordo com a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), os policiais militares impediram os frequentadores do baile de deixarem uma viela por fecharem as vias de acesso ao local. Bombas foram jogadas em direção às vítimas, que morreram em sua maioria por sufocação indireta, conforme laudo necroscópico.
A denúncia ponta também que os jovens foram agredidos com golpes de cassetete, bastões de ferro, garrafas e gás de pimenta. Até um morteiro foi lançado contra a multidão. Vídeos gravados por testemunhas e câmeras de segurança registraram parte da ação dos PMs.