Uma quadrilha alvo de uma
Segundo ele, o grupo fez diversas trocas de etiquetas de malas ao longo do período para conseguir traficar a droga. Em três casos, que somam mais de 120 kg de cocaína, a PF conseguiu provas. As drogas foram enviadas para a França, Alemanha e Portugal.
Temos a informação de que esse grupo é responsável por inúmeros outros [casos], só que não temos a materialidade porque, muitas vezes, passou. Mas temos quebra de protocolo, conversa de tal dia que fala ' vamos colocar tal mala’”, explicou o delegado.
Dezesseis pessoas foram presas nesta terça, sendo duas delas preventivamente, ou seja, por tempo indeterminado. Duas pessoas estão foragidas, inclusive um dos chefes da quadrilha. Além disso, 27 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Guarulhos e na capital paulista.
Durante o cumprimento dos mandados, dois homens tentaram dispensar os celulares após a chegada dos policiais. Um deles lançou o aparelho no telhado do vizinho e outro tentou quebrá-lo. A polícia vai recuperar os dados dos aparelhos.
Esta foi a segunda fase da Operação Colateral, que prendeu outras sete pessoas na primeira fase, em abril. A investigação começou em março, depois que duas brasileiras ficaram 38 dias presas em Frankfurt, na Alemanha, porque estavam com cocaína nas malas. A PF descobriu que as etiquetas das malas das duas mulheres tinham sido retiradas e colocadas em outras com a droga.
As mulheres, que tinham saído de Goiânia, foram soltas e retornaram ao Brasil. “Eles só querem a etiqueta para colocar na mala com droga para entrar no avião. A mala da pessoa, às vezes, se perde ou vai normal. A pessoa pega e nem se dá conta de que está sem etiqueta”, contou o delegado.
Como funcionava o esquema:
Quadrilha cooptava pessoas para trabalhar na área restrita do aeroporto e no check-in das companhias aéreas;
Esses funcionários simulavam o check-in em terminais desativados para o público;
Na área restrita, havia a troca de etiquetas e o desvio das bagagens com drogas para dentro da aeronave;
Na Europa, a PF acredita que haja estrangeiros e brasileiros envolvidos no esquema para conseguir a retirada das bagagens com a droga.
Quadrilha desmantelada
Na avaliação do delegado da PF, o braço da quadrilha em Guarulhos foi desmantelado com a operação desta terça. Ele diz acreditar que, com as novas apreensões de materiais, outros envolvidos serão descobertos. Existe a suspeita de ligação do grupo com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
“Acreditamos que o braço de Guarulhos que fazia o link para a Europa tomou golpe duro e foi desmantelado hoje. Os presos executores dos crimes, que atuavam no aeroporto, eram funcionários do aeroporto”, afirmou Souza.