Uma servidora pública relata medo do ex-companheiro, que é promotor de Justiça no Paraná, após ele descumprir a determinação de medida protetiva 101 vezes.
“Eu não tinha dimensão que seria assim. No decorrer do processo foram inúmeras provas, porque todo descumprimento eu fui relatando. Eu registrei, o máximo de provas que eu tinha, eu levei, e nunca aconteceu nada. Eu não entendia até onde iria isso, se precisaria da minha morte para fazerem alguma coisa”, afirma vítima ao g1.
O ex-companheiro é Bruno Vagaes, promotor de Justiça no Paraná, condenado a sete meses de prisão, por descumprir as medidas protetivas. Atualmente, ele recorre em liberdade e, por meio da defesa, ele nega ter violado a lei.
O casal namorou por seis anos e decidiram casa em 2011. A primeira medida protetiva contra ele foi concedida em dezembro de 2019, quando o casal ainda estava junto, e determinava que Vagaes se afastasse da casa onde moravam, conforme informações do g1.
O imóvel pertence à vítima que afirma que o ex-marido permaneceu no apartamento, descumprindo a determinação do juízo. O promotor está proibido de se aproximar menos de 200 metros da ex-esposa e dos familiares dela, além de fazer qualquer contato com a vítima e familiares seja por telefone, cartas, e-mails, entre outros.
Marcos Ticianelli, advogado do acusado, afirmou por meio de nota ao g1 que o homem não teve nenhum contato com a vítima desde a retomada das medidas cautelares.
“Os supostos descumprimentos de medida protetiva a que Bruno responde judicialmente consistem, basicamente, em mensagens de WhatsApp, sendo que em nenhuma delas há conteúdo ameaçador”, diz a nota.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) afirmou que, em relação à condenação na esfera criminal, caso concluído o trânsito em julgado da sentença penal, deverá ocorrer um eventual ajuizamento de ação de perda de cargo por prática incompatível com o exercício da função.