O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) acatou o pedido de prisão temporária de Andrea Carvalho Alves Moreira e Eduardo Mori Kawano, casados e donos da escola Pequiá, no Cambuci, na zona sul de São Paulo. Eles são investigados por maus-tratos. O pedido foi feito na última sexta (23), pelo Delegado Dr. Fábio Daré, do 6º DP de SP.
A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança de SP, a nota declara que a polícia segue à procura dos donos:
“A Polícia Civil realiza diligências para localizar e prender os responsáveis por uma escola infantil, investigada por maus-tratos, na Vila Mariana, após o Poder Judiciário atender ao pedido de prisão feito pela autoridade policial do 6º Distrito Policial”, diz a nota.
Os dois foram denunciados por uma ex-funcionária da escola infantil, de 18 anos, que trabalhou no local por dois meses, e registrou imagens de maus-tratos nas crianças que frequentavam a escola.
Um dos vídeos mostra a dona da escola e uma funcionária humilhando crianças entre 1 e 2 anos com gritos e xingamentos. Em uma das cenas, um menino aparece amarrado com a própria blusa a uma pilastra.
Segundo a policiais do 6º DP, semana passada foram colhidas todas as provas e indícios para tentar qualificar o crime como tortura, por submeter criança em situação vexatória.
Por essa razão, foi decretada a prisão temporária do casal por 30 dias. Entre as histórias, foi confirmado o relato de uma mãe e o castigo que seu filho de 1 ano e 8 meses passou, a criança foi deixada em um quarto escura por horas.
Outro relato de uma mãe foi que uma das crianças, por punição, ficou o dia inteiro sem comida.
Até agora, 13 mães prestaram depoimento, e todas relataram a mudança de comportamento dos filhos. A polícia não sabe há quanto tempo os maus-tratos aconteciam.
Nós procuramos os donos no endereço da escola, mas não conseguimos contato, a escola está fechada desde o dia 21 de junho.
Segundo informações da polícia, os donos passavam por dificuldades financeiras, e após as denúncias, a escola amanheceu fechada.
Histórico
Ainda segundo a polícia, depois da divulgação do caso, outra professora, que trabalhou na escola infantil, afirmou que em 2016 havia denunciado a conduta dos proprietários. Sem se identificar por medo de retaliações, ela levou o caso à Secretaria de Estado da Educação, mas a apuração não foi adiante.
A professora que fez a denúncia trabalhou na escola por quase um ano, entre 2015 e 2016. No início, ela conta, os donos da escola não praticavam maus-tratos na sua frente. “Depois de muitos meses fui descobrir o que faziam.”
A escola atende crianças de 08 meses à 08 anos. As mensalidades giram em torno de 400 à 800 reais, dependendo do ano e do período que as crianças ficavam na escola.
A Polícia Civil de São Paulo abriu inquérito para investigar os crimes de maus-tratos e submeter crianças e adolescentes a situação vexatória, previsto no estatuto da criança e do adolescente.
Até o momento o casal não foi localizado.