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Mensagens revelam como suposto espião russo atuava no Brasil: 'é só ligar’

Sergey Vladimirovich está preso após usar passaporte brasileiro falso

Sergey Vladimirovich está preso após usar passaporte brasileiro falso

A história do suposto espião russo preso no Brasil após usar passaporte falso ficou conhecida em 2022, depois que o governo holandês devolveu o suspeito ao Brasil após chegar em Amsterdã para estagiar no Tribunal Penal Internacional, em Haia. Sergey Vladimirovich Cherkasov se apresentou como brasileiro, chamado Victor Muller Ferreira.

Em novembro do ano passado, o Fantástico mostrou como Sergey se passou por brasileiro desde a chegada dele em 2010 e detalhes da prisão. Em mensagem de texto para um colega de espionagem, examinadas pela Polícia Federal, Sergey conta que conseguiu a papelada brasileira com a ajuda de uma amiga que trabalhava em um cartório em São Paulo. Em áudio obtido com exclusividade pelo Fantástico e que foi ao ar nesse domingo (11), o russo fala sobre a facilidade.

“Se um dia você precisar de uma menina num cartório aí que pode dar um jeito para várias coisas é só ligar, entende?” diz ele, aos risos.

Em outra mensagem para um colega, obtida pelo FBI, a polícia federal americana, ele disse que era bem fácil convencer a moça que era muito religiosa e achava que, ajudando o próximo, iria para o céu.

Em São Paulo, de 2010 a 2014, Sergey morou em vários lugares e levava uma vida sem levantar muitas suspeitas. Durante esse tempo ele teve aulas de forró, arrumou namoradas, alugou imóveis e saiu do Brasil por 15 vezes, até ser preso pelo uso de passaporte brasileiro falso.

Depois de nove meses na carceragem da Polícia Federal de São Paulo, Sergey foi transferido, em 2023, para o Presídio Federal de Brasília e segundo apuração do Fantástico, nas últimas semanas, ele passou para uma área isolada após circular o rumor de que ele era um espião.

Rússia e Estados Unidos

Durante audiência, Sergey disse que quer voltar para a Rússia. Esse também é o desejo do governo de Vladimir Putin, que acusa o cidadão de tráfico de heroína.

“Eu quero ser extraditado para a Rússia e eu concordo com as acusações que a Rússia fez. Eu pretendo responder aos fatos dos meus crimes que são alegados na Rússia”, falou.

Os Estados Unidos também querem Sergey Cherkasov, conforme reportagem do Fantástico, alegando que ele praticou espionagem quando fazia mestrado em relações internacionais, entre 2018 e 2020, na Universidade Johns Hopkins, em Washington.

Essa decisão, no entanto, só será tomada após a finalização das investigações da Polícia Federal sobre possíveis atividades de espionagem no Brasil. Enquanto isso, na cadeia, ele já recebeu visita de representantes russos.

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