Em um prédio comercial de cerca de 10 andares na Santa Cecília, no Centro de São Paulo, seis são do empresário Rodrigo Clemente, de 46 anos. É lá que o paulistano trabalha diariamente administrando seus negócios que estão espalhados pelo estado. As informações são do site G1. Com 7,5 mil pares, Rodrigo é o maior colecionador de sneakers do Brasil.
Sua coleção começou em 2017, com cerca de 60 pares do calçado e hoje, cinco anos depois, tem mais de 7,5 mil.
Uma parte de sua coleção, cerca de 5 mil pares, está guardada em três cômodos de um o estúdio. Os outros mais de 2,5 mil tênis do empresário estão espalhados entre a casa de Rodrigo, a casa da mãe dele e sua casa de praia.
No estúdio projetado para receber visitas com um bar com cerveja e outras bebidas de empresas em que Rodrigo é sócio, a decoração é tão divertida quanto os diferentes modelos e cores dos tênis de marca. Ao lado de bonecos que estão espalhados no estúdio, estão os modelos mais inusitados e raros de tênis do mundo, como uma bota vermelha de plástico inspirada no personagem principal de Astro Boy, que, segundo Rodrigo, “está fazendo sucesso na gringa”, e um tênis inspirado no Grinch, grande e cheio de pelos verdes bagunçados.
Rodrigo atua em diversos segmentos, como uma empresa de reciclagem, os restaurantes na capital e em Juquehy, no litoral sul de São Paulo, entre outros negócios.
Não sobra espaço no dia nem para usar chinelo. Rodrigo contou que dá um jeitinho de usar todos os sneakers: "Às vezes, troco de tênis duas ou três vezes por dia”, afirma.
Para ele, o tênis é quem manda no look. Vestido todo de preto no dia da entrevista, entre uma gravação e outra, Rodrigo colocou um tênis laranja vibrante da Adidas, uma colaboração inspirada nos personagens do desenho animado de South Park. O tênis, embora exposto na prateleira, parecia ter sido comprado naquele momento, recém-saído da caixa.
“O tênis hoje manda no look. Eu, por exemplo, chego aqui e penso em qual roupa vou usar para combinar com aquele tênis. Você pode usar um tênis do jeito que você quiser. É ser disruptivo. Se ninguém ousasse, a gente viveria de Mamba [tipo de tênis] branco e preto até hoje. Eu quero ter algo que eu possa mostrar para as pessoas, ter alguém contando a história do trabalho que alguém fez.”
Mamba e Kichute são os tênis que eu mais gosto na coleção porque têm raiz. O Kichute, por exemplo, tem alma. Muita gente usou isso. Eu usei amarrado na canela, porque o cadarço era muito grande. Eu sou um cara de raiz, sabe? E eu preservo muito isso. Então, tenho esses tênis porque eles fizeram parte do meu dia a dia. Se a gente não tem história, vira um negócio.”
Museu
Para um hobby, mais de 7 mil pares de tênis dão uma trabalheira. Por isso, Rodrigo pretende mudar um pouco o modo como as coisas estão indo. Para ele os “tênis são democráticos” e que para honrar o seu passado - quando ele recebia tênis doados de outros jogadores de basquete para poder praticar o esporte porque não conseguia comprar um tênis - quer levar adiante a cultura do sneaker.
O empresário foi vago quanto ao dar informações detalhadas sobre o museu que se tornaria o primeiro do Brasil, mas afirmou que pretende abri-lo “muito em breve”.
A pergunta que não quer calar: para ter tantos tênis, quanto Rodrigo teve que gastar e quanto ele ainda gasta? Cerca de cinco meses atrás, ele conta que começou a ganhar muitos pares. Durante a entrevista, até citou uma conversa que teve com uma vendedora da Gucci que visitou o estúdio. Mas antes de receber sneakers, o empresário diz que gastava cerca de R$ 800 por compra e adquiria em média 10 a 20 por mês. Hoje, ele ganha mais sneakers do que compra, mas continua com uma média de 20 compras mensais, gastando cerca de R$ 800 em cada um.