Os bebês recém-nascidos que precisam ficar internados na Unidade Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará dormem em mini redes. Conhecido no Brasil como posicionamento ou terapia em redinhas, o método Hammock é utilizado nas unidades neonatais da Fundação desde 2015 e ajuda a reduzir o tempo de internação dos bebês.
Considerado um método de humanização não invasivo, o projeto tem o objetivo, segundo a Fundação, de proporcionar maior conforto ao recém-nascido pré-termo, reduzindo o tempo de internação nessas Unidades.
“O método Hammock foi desenvolvido para trabalhar com crianças prematuras, só que como muitas das crianças internadas na UCI aqui da Santa Casa tem desordens neurológicas e uma das funções desse método é o desenvolvimento neuropsicomotor, a gente uniu isso a nossa realidade aqui. Então começamos a atender, a partir de 2021, crianças que são portadoras de malformações neurológicas, que tanto as mães como as crianças apresentam um nível de estresse considerável, a gente começou a trabalhar com a redinhas e viu o resultado”, afirma a fisioterapeuta Aureni Araújo.
O projeto, voltando para os recém-nascidos prematuros, ajuda a proporcionar estímulos multissensoriais contribuindo também para o desenvolvimento neuropsicomotor da criança.
“A terapia de redinha é atualmente aplicada na Santa Casa em bebês nascidos à termo ( de 37 a 42 semanas)”, detalha a unidade.
Redinhas
A técnica foi criada na Austrália e começou a ser implantada no Brasil pela região nordeste do país, onde foram desenvolvidos estudos científicos que demonstraram que o nível de estresse e a normalização dos sinais vitais de prematuros colocados em rede eram favoráveis.
“Os benefícios da técnica para os bebês maiores estão sendo avaliados em um estudo e serão apresentados futuramente em um artigo científico que está sendo elaborado pela Santa Casa e Cesupa”, explica a fundação.
“A Santa Casa é um hospital de ensino, que acolhe muitas instituições e o Cesupa é uma dessas. Essa acolhida e essa parceria da assistência com o ensino vem ganhando cada dia mais força. É o caso do trabalho desenvolvido com os acadêmicos de fisioterapia do Cesupa, juntamente com os residentes de fisioterapia e os profissionais que já atuam na Santa Casa, que se baseia na ‘Taxonomia de Bloom’, que resumidamente é o aprender fazendo. Então, a adaptação para tamanhos maiores e a construção dessas redes para a doação se deu em função de projetos nos quais pensamos em como gerar produtos para deixar para as instituições”, afirma o professor e fisioterapeuta do Centro Universitário do Pará, Fabiano Boulhosa.