Cento e oitenta e uma crianças e adolescentes em situações de exploração sexual foram resgatadas nas estradas do país em 2022 — o maior número desde 2015, quando ocorreram 245 casos.
O problema se estende por todos os cantos do Brasil, mas a rodovia com os pontos mais críticos é a BR-116, que liga o estado da Bahia a Minas Gerais. Os dados fazem parte do relatório do Projeto Mapear (2021-2022) divulgados pela Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (26).
Segundo a reportagem, nos dois últimos anos, foram mapeados 9.745 pontos identificados à exploração sexual nas rodovias — como postos de gasolina, restaurantes, lanchonetes, barcos e postos de parada de caminhoneiros.
Desses, 640 foram identificados como críticos pela possibilidade de prostituição ou venda de bebida alcoólica na presença de crianças.
O Espírito Santo foi o estado com maior percentual (20%) de pontos críticos em 2021 e 2022, seguido pelo Distrito Federal (14%).
O projeto tem parceria com organizações como a Childhood Brasil e a Associação Brasileira de Defesa da Mulher, Infância e Juventude (Asbrad), que prestam consultoria à PRF.
De acordo com a presidente da Asbrad, Dalila Figueiredo, a pandemia levou a um aumento no registro de exploração sexual. “É inegável que a situação do Brasil piorou muito com a pandemia. Os pobres permaneceram miseráveis, e a pobreza é um extremo complicador do ponto de vista da exploração sexual”, disse à Folha.