Uma garota de programa que se relacionava com um coronel da Força Aérea Brasileira contratou um matador de aluguel para assassiná-lo e se passou pela vítima por quatro meses. Ela conseguiu enganar a família por quatro meses enviando mensagens de celular, mas por um descuido a farsa foi revelada.
Roberto Antônio Perdiza foi morto e teve o corpo desmembrado em agosto de 2022 e só teve a identidade confirmada por exame de ossada. A suspeita, identificada como Jerusa, foi filmada sacando dinheiro na conta do coronel e também tentando vender o apartamento de luxo dele em Natal (RN). As imagens foram divulgadas pelo Fantástico no domingo (27).
O crime
Segundo as investigações, Jerusa e o coronel Perdiza se conheceram em uma casa noturna na capital potiguar e se relacionavam havia três anos.
Em meados de 2022, ela contratou um matador de aluguel, José Rodrigues, que forjou uma corrida por aplicativo para planejar a emboscada. O casal, que estava em uma praia em Natal, foi de carro até Macaíba (RN) com José Rodrigues ao volante. Chegando à cidade, o coronel foi assassinado. Pouco depois, uma ossada foi descoberta na cidade - era o corpo do militar.
A farsa
Jerusa se apossou do telefone do coronel e se passava por ele em aplicativos de mensagens para que parentes e amigos pensassem que era ele quem enviava o conteúdo. Ela conseguiu manter a farsa por quatro meses, quando o zelador do prédio onde ele morava ligou para a família. Os parentes estranharam a fala do funcionário do condomínio, já que o coronel continuava mandando mensagens diariamente. Um amigo advogado chegou a ligar para Jerusa perguntando sobre o coronel Perdiza, e desconfiado, registrou um boletim de ocorrência pelo desaparecimento.
A polícia chegou a convocar a suspeita para prestar depoimento.
Dias depois, ainda se passando pelo coronel, a suspeita começou a falar com os amigos e parentes que ele estaria no Rio de Janeiro e não queria estabelecer contato. Então, cometeu um descuido: enviou para o advogado um áudio que Perdiza já havia encaminhado anteriormente. Com isso, o amigo percebeu a farsa.
O comparsa foi preso pela polícia em dezembro de 2022, e Jerusa acabou desmascarada em janeiro deste ano. Enquanto manteve a farsa, ela foi filmada sacando dinheiro na conta do ex-companheiro, e também tentou vender um apartamento de luxo de propriedade do militar em Ponta Negra, bairro de Natal.
Se condenados por latrocínio, os suspeitos podem pegar 30 anos de prisão.