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Roberta Close revela que foi ‘castigada’ pelos pais por ser trans: ‘achavam que poderiam me ‘corrigir’

Atriz e ex-modelo internacional transgênero, de grande sucesso nos anos 80, fez a revelação em programa da Globo

A atriz e modelo Roberta Close, 58, uma das primeiras e mais famosas transexuais brasileiras, revelou no programa Altas Horas, da TV Globo, ontem (4) que, na juventude, foi “castigada” pelos pais que não aceitavam sua homossexualidade. “Eles simplesmente não sabiam lidar com minha identidade com o gênero feminino e achavam que me punir, poderia me ‘corrigir’”. Refletindo sobre a temática, Roberta acha que houve muitos avanços envolvendo a questão e que, hoje em dia, a sociedade lida melhor com a temática LGBTQIA+, cenário que era bem diferente em sua época.

“Nunca consegui viver de outra maneira. Recebi castigo dos meus pais, tratavam de uma forma que era como se fosse uma coisa que estava fazendo que não compreendiam, porque não tinha uma explicação. Não é como hoje que as pessoas são ensinadas lidar com essas comunidades. Tudo era um grande acontecimento. Eu ia à praia, à boate e era um grande acontecimento”, declarou.

A atriz também relatou a dificuldade que enfrentou para conseguir emitir seus documentos, e recordou que foi uma “musa da democracia” durante a campanha pela redemocratização do país na década de 1980. Roberta Close saiu do Brasil para ir trabalhar na França em 1986. De lá, trabalhou em outros países.

Um pouco da sua história

Roberta Gambine Moreira, nasceu Roberto Gambine no Rio de Janeiro, numa família de classe média alta. Foi descoberta aos 16 anos por um produtor por sua beleza. Trabalhou como apresentadora, atriz e modelo, desfilando para grandes grifes internacionais como Thierry Mugler, Guy Laroche e Jean Paul Gualtier, além de estampar dezenas de capas de revistas nacionais e estrangeiras na década de 80.

Close foi a primeira modelo trans a posar numa para a edição brasileira da revista Playboy. O nome artístico surgiu em função da capa da extinta revista Close, que a projetou nacionalmente, vendendo mais de 10 milhões de cópias.

Desde 1988, ela é casada com o empresário suíço Roland Granacher. Em 1990 decidiu deixar a carreira artística e se mudar com o marido para Zurique, na Suíça e passou a frequentar as rodas da alta sociedade europeia. Roberta, hoje, fala várias línguas como francês, inglês, espanhol e italiano e ainda atua como modelo.

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