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Bailarina brasileira sofre racismo enquanto passeava com a filha nos Estados Unidos; veja o vídeo

‘Faxineira?’, um homem perguntou para bailarina Ingrid Silva quando ela contou que estava na cidade de Filadélfia, nos Estados Unidos, a trabalho

A bailarina brasileira mora há 14 anos em Nova Iorque e relatou que nunca havia passado por esse tipo de situação

A bailarina brasileira Ingrid Silva relatou nas suas redes sociais que foi vítima de racismo enquanto passeava coma filha pela cidade de Filadélfia, nos Estados Unidos, nesta quarta-feira (18). Ingrid conta que estava em um parque, quando um homem que falava português se aproximou das duas e perguntou se ela era faxineira.

Em um vídeo no Instagram, ela explicou que o homem não lhe perguntou qual era a sua profissão, mas presumiu que ela trabalhasse como faxineira. Ingrid contou que o diálogo começou como uma conversa amigável sobre o Rio de Janeiro, mas tomou outro rumo quando ele perguntou a Ingrid se ela morava na Filadélfia. “Eu falei que estava Philly (Filadélfia) para trabalhar. Então ele me perguntou: ‘Cleaning? Faxineira?”, contou Ingrid.

A bailarina é integrante do grupo Dance Theatre do Harlem e mora em Nova York há 14 anos. Ela estava em Filadélfia para participar de uma apresentação. Ingrid Silva fez história ao ter suas sapatilhas expostas no Museu Nacional de Arte Africana Smithsonian. Ela as pintava com maquiagem de cor negra para que ficassem uniformes com o seu tom de pele, já que o calçado não era comercializado.

“Em 14 anos morando em Nova York, eu nunca conversei com alguém que simplesmente assumisse por eu ser uma mulher preta que eu estaria limpando ou verbalizasse isso. Nada contra as pessoas que limpam de jeito nenhum. A minha mãe foi empregada doméstica, mas eu nunca achei que ninguém iniciasse uma conversa dessa forma”, desabafou.

Confira os Tweets da bailarina sobre o ocorrido:

Ela entendeu a situação como racismo. “Por eu ser uma mulher preta (...) ele não me associou com uma presidente do Brasil a presidente dos Estados Unidos ou uma diretora de uma grande empresa, ou até mesmo uma bailarina clássica”, explicou Ingrid.

O homem ficou surpreso ao saber ela era bailarina. “Eu falei pra ele depois que eu sou bailarina clássica. A cara dele ficou assim: ‘Uau’”, contou.

Veja o vídeo completo abaixo:

(Sob supervisão de Lucas Borges)

Ana Luisa Sales é jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia desde 2022, já passou por empresas como ArcelorMittal e Record TV Minas. Atualmente, escreve para as editorias de cidades, saúde e entretenimento