Farmácias de todo o Brasil registram falta de alguns antibióticos e médicos, pacientes, farmacêuticos e pais de crianças têm relatado a dificuldade de encontrar medicamentos. A amoxicilina com clavulanato, antibiótico usado para combater uma série de infecções causadas por bactérias, é o principal antibiótico em falta.
Segundo a vice-presidente do Departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Mineira de Pediatria, Nara Faria, a comunidade médica ainda não encontrou o motivo para a escassez dos antibióticos nas prateleiras das farmácias do país.
“A falta de remédio, principalmente antibiótico, ainda está sendo um dado clínico importante, dificultando o nosso trabalho. As indústrias farmacêuticas primeiro falavam que era culpa dos insumos, da pandemia, das barreiras… Mas hoje a gente não sabe mais”.
Além da dificuldade de encontrar os medicamentos, quando finalmente conseguem comprar o remédio procurado, os pacientes relatam a dificuldade com os altos valores. Devido à escassez e a alta procura, os preços dos antibióticos acabaram subindo.
“Os remédios ainda estão com preços altíssimos, ainda com a escassez, é uma falta expressiva. A gente sabe que em cada farmácia chegam-se cinco ou seis caixas daquela medicação, e o abastecimento ainda não está sendo completo”, relata a pediatra.
Nara Faria explica que muitos médicos tem tentando driblar a falta deste medicamento, procurando outras opções de remédios na medida do possível. Entretanto, muitas vezes isso não é possível, já que alguns medicamentos são específicos para cada infecção.
“A gente tem falado para os pais que, infelizmente, tem que fazer a peregrinação nas farmácias ou o médico dar outras opções, lógico, dentro do possível. A gente também não pode querer trocar um antibiótico que não é para aquela patologia. Temos outros remédios que podem ser trocados, mas às vezes a gente precisa dar um tiro de canhão. Se uma amoxicilina pegaria uma amigdalite, para que que eu vou tratar às vezes com outro remédio que está no mercado? Às vezes a criança iria ficar prejudicada de tomar um antibiótico tão mais forte”, explica.