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Mais pobres usam FGTS e 13º salário para pagar dívidas, aponta pesquisa da Fundação Getúlio Vargas

Quitar as contas continua sendo prioridade para a população com renda até R$ 2.100

Quitar as contas continua sendo prioridade para a população com renda até R$ 2.100

Após o Governo Federal autorizar o saque extraordinário de até R$ 1.000,00 das contas ativas FGTS e antecipação de 13º dos aposentados e pensionistas, pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que os mais pobres vão usar o dinheiro para quitas dívidas. A pesquisa consultou os consumidores, em maio de 2022.

Diferente das edições anteriores, a quitação de dívidas não é o destino prioritário, em geral, mas continua sendo a preferência da população com renda até R$ 2.100 (42,3%). Para esses consumidores, o endividamento tem pesado na situação financeira familiar e o indicador que mede o estresse financeiro se mantido elevado (30,7%), o que sinaliza um aumento da inadimplência dessa faixa.

Ainda que o volume dos recursos do FGTS e da antecipação dos 13º salários sejam maiores do que nos anos anteriores a medida parece que não terá grande impacto no consumo das famílias. Isso porque 24,6% pretendem consumir: 18,0% comprando bens e 6,6% serviços, um pequeno aumento na comparação com 2020 (23,6%), onde 16,2% foram destinados para bens e 7,4% para serviços.

“Em síntese, a intenção de priorizar a poupança dos recursos vai na contramão da intenção do Governo de estimular a economia. O impacto no consumo das famílias deve ser pequeno conforme estimado pelo FGV IBRE para 2022", explica a Fundação Getúlio Vargas.

Entenda

Em 2022, as finalidades mais citadas para o uso do valor sacado foram a poupança (43,1%) e o consumo (24,6%) e quitação de dívidas em atraso (23,8%).

Sob a ótica dos consumidores, 53,2% dos entrevistados afirmam que alguém da família terá direito a sacar os recursos. Em 2020, apenas 24,8% tinham direito ao recurso, isso porque esse ano há a antecipação de 13º salário para aposentados e pensionistas, atingindo cerca de 31 milhões de cidadãos. Entre os que responderam positivamente, 79,7% afirmaram que exercerão os seus direitos e sacarão os recursos ante 59,8% em julho de 2020.

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