O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, fala ao vivo neste domingo (24), a partir das 14h, sobre a operação Murder Inc., da Polícia Federal, que prendeu três pessoas e cumpriu 12 mandados de busca e apreensão neste domingo, tudo no Rio de Janeiro.
Os presos são o deputado federal Chiquinho Brazão (Uniao-RJ), o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE) Domingos Brazão, além do delegado Rivaldo Barbosa, que chefiou a Polícia Civil do Rio de Janeiro durante a intervenção federal no estado, em 2018, quando o crime foi cometido. Todos os mandados judiciais foram cumpridos no Rio de Janeiro e foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal.
Veja o resumo da coletiva:
O diretor da PF também falou sobre o peso da colaboração premiada nessa investigação. “O peso é o peso da colaboração, é um meio de obtenção de provas”, disse.
O instrumento foi utilizado como deve ser. Andrei destacou que ele tem peso significativo, mas com viés de obtenção de outras provas e de comprovação de um cenário complexo, de uma investigação em que passamos a atuar cinco anos depois, com aridez de provas, inclusive pelo bloqueio e desvirtuamento da investigação inicial.
Hoje, a resposta é enfática - são esses mandantes, são esses atores. Essa investigação está encerrada. Não há, no entanto, prejuízo para outras investigações, disse o dr. Andrei, da Polícia Federal.
O ministro Ricardo Lewandowski detalhou neste domingo (24) que os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes revelam como atuam as milícias no Rio de Janeiro. “Revela o modus operandi das milícias. São bastante sofisticadas, complexas, e se espraiam por todo o estado do Rio de Janeiro e por várias atividades. Tenho a impressão de que, a partir deste caso, podemos desvendar outros casos e seguir o fio de uma meada cuja dimensão não temos clara”, pontuou o ministro da Justiça.
“Esta investigação é uma espécie de radiografia de como operam as milícias e o crime organizado no Rio de Janeiro e como há entrelaçamento com órgãos políticos e públicos. É algo realmente preocupante”, acrescentou.
"É uma radiografia de como operam as milícias e o crime organizado no Rio de Janeiro e de como há um entrelaçamento, inclusive, entre órgãos políticos e públicos, o que é bastante preocupante”, disse Lewandowski sobre a importância do caso Marielle para entender a atuação das milícias no Rio e para novas investigações.
Sobre a motivação do crime, o Ministro Ricardo Lewandowski disse que é uma motivação complexa, já que o crime organizado no Rio se dedica a várias frentes.
Em resumo, Lewandowski explicou que o grupo de Brazão gostaria de regularizar terras no Rio de Janeiro para fins comerciais. A vereadora Marielle fazia parte de um grupo que queria o oposto, que buscava moradias para fins sociais e moradia popular.
O diretor da PF afirmou que, ainda que não fosse pauta central do mandato de Marielle, o assunto era pauta social importante e colocava-a em rota de colisão com o grupo dos políticos.
Lewandowski detalhou os próximos passos após o encerramento das investigações:
O relatório da PF está pronto, tem mais de 470 páginas, já consta dos autos e o sigilo foi retirado. Esta etapa está concluída.
O material que lá existe já deve permitir que o MPF apresente uma denúncia se for o caso, contra um ou contra todos os investigados que tiveram seus nomes arrolados no inquérito policial.
Não há prazo para o oferecimento na denúncia.
As provas obtidas a partir da colaboração premiada estão nos autos. Acreditamos que exitem elementos suficientes nos autos para oferta da denúncia.
Depois disso, todos ou alguns dos que estão no inquérito denúnciados, vai haver apresentação da denúncia ao relator, que pode acolher totalmente ou em parte a denúncia, e o julgamento será feito no plenário do Supremo.
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, confirmou nesta tarde de domingo (24) que o chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro à época do crime atuou para acobertar os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco. “Antes do crime, já havia relação indevida desse então chefe da delegacia de homicídios e depois chefe da Polícia Civil para desviar, não sou eu quem diz, é o que o inquérito diz, o foco da investigação dos verdadeiros mandantes do crime. Era como ele atuava”, afirmou Rodrigues.
Sobre a motivação do crime, ainda na coletiva deste domingo, o diretor-geral detalhou que ainda é complexa. Entretanto, a motivação básica do assassinato de Marielle Franco era a oposição feita pela vereadora à exploração imobiliária ilegal.
Cinco anos depois do caso, a investigação foi federalizada. Lewandowski frisa o prazo com que o crime foi solucionado depois disso.
“Vocês estão tendo acesso aos documentos ao mesmo tempo que eu”, disse o Ministro Lewandowski sobre o levantamento do sigilo sobre a investigação.
Os presos serão transferidos para Brasília nesta tarde. Segundo Lewandowski eles serão levados por volta das 16h30 para o hotel da Polícia Federal em Brasília e, em seguida, serão levados para o Presídio Federal em Brasília.
Lewandowski detalhou, também, que houve medidas cautelares em relação a:
- Erica Andrade, esposa de Rivaldo Barbosa;
- Giniton Lages, delegado da PC e ex-chefe da Polícia Civil
- Marco Antônio Barros, comissário de polícia civil do Rio de Janeiro
- Robson Calixto Fonseca, assessor do TCE-RJ.
Entre as medidas cautelares, houve busca e apreensão nas casas e locais de trabalho, nos veículos deles, exceto nas dependências do congresso.
Também foi feito arresto de bens e valores, o congelamento de contas bancárias, o acesso ao conteúdo de dados de dispositivos eletrônicos como computadores, celulares e tablets.
Todos eles tiveram que entregar passaportes.
Lewandowski ressaltou que após a colaboração premiada de Ronnie Lessa, a Polícia Federal concluiu seu relatório e pediu diligências.
Ele ressaltou, também, o ‘proficiente e excelente trabalho do MPF’, chefiado pelo procurador dr. Paulo Gonet.
Entre ontem e hoje foram tomadas várias medidas, entre elas:
- Prisão de Domingos Brazão
- Prisão de Chiquinho Brazão
- Prisão de Rivaldo Barbosa
Neste momento nós temos bem claros os executores deste crime hediondo, por ser um crime de natureza claramente política, disse Ricardo Lewandowski.
Os trabalhos foram dados como encerrados, agora, mas podem ser retomados.
A coletiva está marcada para começar às 14h. Acompanhe aqui.