Temas que estão na ordem do dia como remineralização de solo, compostagem e instalação de biofábricas para produção de mudas em larga escala foram abordados numa aula prática, em Patrocínio, no Alto Paranaíba. O Dia de Campo fez parte de uma série de capacitações gratuitas que vêm sendo oferecidas desde julho pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Cerrados. Os cursos e aulas práticas são voltados para engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas.
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O objetivo da iniciativa é a introdução de novas tecnologias voltadas à agricultura de baixo carbono em Minas Gerais. O módulo de campo ocorreu na Fazenda Santa Cruz da Vargem Grande, do grupo AgroBeloni. Os participantes conheceram de perto todas as modernas tecnologias aplicadas na propriedade no cultivo de grãos e de café. A empresa foi escolhida por ser referência em produção sustentável. Em 2021 recebeu certificação internacional de agricultura regenerativa na produção de café, com 100% dos resíduos das gerando adubo orgânico.
Menor dependência dos insumos
O produtor rural de São José da Barra, no Sul de Minas, Paulo Marcos da Veiga é um dos alunos do curso. Ele, que também é engenheiro agrônomo, buscou a capacitação porque pretende adotar técnicas sustentáveis na fazenda, onde produz soja e milho. “Pretendo tornar minha fazenda menos dependente de insumos químicos, que estão cada vez mais caros”, explica. “Com a recuperação do solo, você consegue reduzir os custos com os defensivos químicos, para os quais ficamos muito dependentes. Cada vez tem que aplicar mais. A recuperação do solo seria uma reabilitação”, ressalta.
Sobre o curso, ele disse que foi “uma oportunidade de ouro”. “Agora tenho as ferramentas e a técnica para fazer essa transição da agricultura tradicional para a regenerativa. Já vamos implementar na nossa propriedade, diminuindo aos poucos o uso desses químicos”, garante.
Participação da Emater-MG
Técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas (Emater) também estão participando da formação. A engenheira agrônoma da entidade, Guilhermina Severino, pontua que será possível levar o conteúdo para outros produtores rurais de Minas. “O dia de campo é uma aula viva e o melhor é que poderemos levar o conteúdo para onde atuamos”.
O curso prático foi conduzido pelo diretor do Instituto Brasileiro de Agroecologia, Antônio Teixeira, pelo doutor em ecologia microbiana, Pablo Hardoim, pelo consultor de remineralização, Antônio Bizão, e pela consultora em produção de bioinsumos, mestre e doutoranda em Microbiologia, Parasitologia e Patologia, Elisa Uemura.
Segundo Antônio Teixeira, a agricultura sustentável permite harmonizar “diversas técnicas para produzir alimentos mais saudáveis, regenerar os solos e sequestrar carbono da atmosfera”. “Compostagem de resíduos, uso de remineralizadores de solo, plantas de cobertura. A somatória dessas ferramentas permite produzir respeitando-se muito mais o sistema natural, fazendo uma agricultura mais inteligente. Ter uma instituição financeira apoiando a agricultura regenerativa é bom para toda a sociedade”, destacou.
Avaliação do presidente
Para o presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto, o principal mérito da capacitação tem sido difundir o conhecimento e alcance da agricultura regenerativa para produtores de todas as regiões de Minas.
“As tecnologias podem trazer mais saúde e fertilidade para o solo, melhores resultados econômicos para os produtores rurais e para o agronegócio, alimentos de maior qualidade à mesa das famílias e maior fixação de carbono, uma das ferramentas mais potentes para limitar o aquecimento global até 2030”, disse.
A superintendente Executiva do BDMG, Marcela Brant, que acompanhou o treinamento em campo, ressaltou a relevância do agro.
“No Banco, 40% dos financiamentos são destinados ao agronegócio e, com essa capacitação técnica, reforçamos o compromisso do BDMG com a agenda da sustentabilidade. O Banco lançou linhas de financiamento para que a gente possa viabilizar a agricultura regenerativa na ponta, para o produtor rural”, ressalta.
Ao todo, 450 engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas ligados a instituições de assistência técnica ou consultores independentes, além de produtores rurais e pesquisadores, se inscreveram na capacitação iniciada em julho. Todos eles
atuam em Minas Gerais e em diversas regiões, como Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, Sul/Sudoeste, Norte, Noroeste, Zona da Mata, Campo das Vertentes, Central, Rio Doce e Metropolitana de Belo Horizonte.
(*) Com informações da Agência Minas