Ouvindo...

Região de São Gotardo conquista selo de Indicação de Procedência

Produtores de cenoura, alho, batata e abacate de seis municípios poderão fazer uso do selo, que é uma das principais tendências de mercado

Os produtores rurais da Região de São Gotardo, incluindo os municípios de Tiros, Matutina, Ibiá, Rio Paranaíba e Campos Altos, na mesoregião do Alto Paranaíba, comemoram a aprovação da Indicação Geográfica, na modalidade Indicação de Procedência, pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), para a produção de cenoura, alho, batata e abacate. O reconhecimento deve beneficiar cerca de 400 agricultores do Alto Paranaíba, um dos mais importantes polos produtores de hortifrúti do país, composto pelos municípios de São Gotardo, Tiros, Matutina, Ibiá, Rio Paranaíba e Campos Alto.

A Indicação Geográfica (IG) é um reconhecimento que garante a procedência do produto e sua qualidade, além de ser um diferencial competitivo para os produtores da região. Dividido em Denominação de Origem (DO) e Indicação de Procedência (IP), o registro de Indicação Geográfica evidencia a reputação, as qualidades e as características de produtos e serviços de uma localidade.

A assessora econômica do Sistema FAEMG, Aline Veloso, comentou:

“Esse selo é muito importante para a região de São Gotardo e os seis municípios que a compõem, destacando a cebola, a batata, a cenoura e o abacate. Agora, esses produtos passam a ter mais um diferencial competitivo no mercado. Minas Gerais é um polo de produtos que já têm selos de indicações de procedência e de denominação de origem, com um potencial enorme para o reconhecimento de vários outros. Temos um Fórum de Indicações Geográficas formado por várias instituições, dentre elas o Sistema FAEMG, que pode trabalhar juntamente com as governanças locais para valorizar ainda mais esses produtos”.

Sobre a Região de São Gotardo

A produção das quatro culturas - cenoura, alho, batata e abacate - é caracterizada pela excelente combinação de solo, clima, relevo e a alta tecnologia, aliada à força do coletivo e do empreendedorismo, o que resulta em uma produção diversificada, rastreável e com qualidade superior.

A conquista foi intermediada pelo Sebrae Minas e será um fator de diferenciação para a produção de hortifruti. “O reconhecimento da marca território pode favorecer a abertura de novos mercados, agregar ainda mais valor aos produtos e fortalecer os principais elos da cadeia produtiva da Região de São Gotardo”, ressalta o gerente do Sebrae Minas, Marcos Geraldo Alves.

Apoio na estruturação

Desde 2011, os produtores, por meio do Conselho Regulador da Região de São Gotardo, com apoio do Sebrae Minas, buscam transformar a região que é referência em inovação, valorização do coletivo e de qualidade. Com a estruturação da governança local e de todo o processo produtivo, o território criou, em novembro de 2014, o selo de Origem e Qualidade Garantida, uma marca coletiva que é utilizada por produtores associados ao Conselho. A iniciativa possibilitou o fornecimento dos hortifrútis para uma grande rede supermercadista de Belo Horizonte, em 2019.

Agora, com o deferimento da Indicação de Procedência, que teve o pedido registrado em junho de 2016, todo e qualquer produtor que estiver no território, e seguir o Caderno de Especificação Técnica, pode fazer o uso do registro. “O desafio agora é apropriar, de maneira estratégica, dos valores que serão gerados a partir da Indicação Geográfica”, ressalta o analista de agronegócio do Sebrae Minas, Cláudio Wagner de Castro. Segundo ele, os produtores precisam mostrar para o mercado consumidor, o diferencial desses produtos.

Fenacampo

Na próxima quarta-feira (31/8), terá início em São Gotardo a 9ª edição da Fenacampo, a Feira de Agronegócios do Alto Paranaíba. Na oportunidade, o Sebrae Minas e a Região de São Gotardo vão celebrar essa conquista que beneficia toda a cadeia produtiva de cenoura, alho, batata e abacate.

(*) Com informações do Sebrae

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.



Leia mais