Um dos destaques da atual
“Eu acho que os recordes estão aí para quebrar. Acho que se tivessem mais um ou dois jogos, ele quebrava. O Darlan está muito bem, dando muita pancada na bola. Tivesse mais alguns 3 a 2, talvez ele me ultrapassasse”, disse em entrevista à Itatiaia.
O recorde anotado por Lorena superou a marca do agora técnico de Darlan, Anderson Rodrigues, também ex-oposto. Anderson era o detentor do recorde com 678 pontos. Darlan ainda tem um jogo a fazer: no próximo domingo (27),
Lorena relembrou os tempos de Montes Claros e comentou os pontos que o fizeram chegar ao recorde. Além da boa fase pessoal, ele creditou outros dois fatores.
“O levantador, o Rodriguinho, tinha muita confiança em mim. Ele me acionava com frequência, como fazem com o Darlan agora no Sesi. Além disso, também fizemos muitos jogos longos”, contou.
O Montes Claros foi o segundo time com mais sets disputados na primeira fase do torneio naquela temporada. Foram 122 sets, apenas o Caxias disputou mais: 123.
De acordo com números da CBV, Lorena pontuou 582 vezes no ataque, 43 vezes no bloqueio e 74 vezes no saque. Na temporada, também foi eleito o melhor sacador do torneio.
O Montes Claros chegou até a final da Superliga 2009/2010, mas foi superado na final diante do então Cimed/Malwee, time de Florianópolis. O time, comandado por Marcos Pacheco, contava com o levantador Bruninho, os centrais Éder e Lucão, além do ponta Thiago Alves. Foi o quarto título seguido da equipe do Sul.
‘Ano mágico’
Lorena foi campeão Mineiro e vice-campeão da Superliga
Lorena também relembrou como o time de Montes Claros foi montado às pressas e cercado de desconfiança. O próprio jogador foi contratado na reta final do planejamento e não tinha planos de voltar ao Brasil.
“O Rodriguinho e o Ezinho estavam assinados e faltavam um oposto. Eu estava na Itália, feito um bom ano, não pensava em voltar para o Brasil. O que me motivou a voltar foi o nível da competição”, revelou.
A Superliga daquela temporada contou com grandes nomes. André Heller, André Nascimento, Sérgio Escadinha, Anderson, Giba, Gustavo e Murilo Endres, Rodrigão e Marcelinho foram alguns dos nomes que já estavam confirmados no torneio nacional. A alta competitividade cativou Lorena, que aceitou proposta da equipe do Norte de Minas.
“Nós fomos os patinhos feios. Ninguém acreditava na gente, no começo, nem eu. Quando eu desci no aeroporto, me falaram: vamos ganhar tudo! Eu duvidei, falei: esse povo está louco”, contou.
O Montes Claros venceu o Campeonato Mineiro e ganhou confiança para a temporada. O time contava com nomes como Rodriguinho, Tiago Brendle, Ezinho, Salsa e o técnico Talmo de Oliveira.
“Nem nos meus melhores sonhos eu imaginava isso. Todo jogo tinha seis, sete mil pessoas no ginásio a cada jogo. Foi um time que encaixou, um ano mágico e tudo deu muito certo”, avaliou.
Carreira de Lorena
Fabrício Dias ganhou o apelido de Lorena por ser natural do município paulista. O atleta atuou até os 42 anos com destaque no Brasil e no exterior, além de defender a Seleção Brasileira.
O jogador passou por Banespa, Canoas-RS, Santo André, Vôlei Futuro, Maringá, Taubaté, São José, Montes Claros, Botafogo, Lavras e Vila Nova-GO. Além disso, também somou passagens por vôlei francês, italiano, porto-riquenho e catari.