Última pessoa a entrevistar Walewska, o jornalista Alê Oliveira revelou detalhes da gravação do podcast “Ataque Defesa” um dia antes da morte da central, de 43 anos, em São Paulo. O comunicador, que também foi jogador profissional de vôlei, destacou a alegria da campeã olímpica em Pequim, em 2008, e comentou sobre os planos dela para o futuro.
“A gente não sabia o que tinha acontecido, por isso subimos o vídeo do podcast. Temos uma programação para divulgar, ia divulgar às 21h (de Brasília) e foi o que a gente fez. 40 minutos depois, meu telefone começou a pipocar de pessoas perguntando [sobre a morte]. Meus grupos de vôlei no WhatsApp, várias pessoas me ligando. Eu realmente não sabia, mas corri atrás e consegui confirmar a notícia oficialmente que a Walewska, aos 43 anos, morreu”, disse Alê Oliveira.
Por meio de suas redes sociais, Alê Oliveira afirmou que o podcast com Walewska foi gravado na tarde da última quarta-feira (20), no interior de São Paulo.
“Não sabemos ainda o motivo, a causa da morte. Qualquer coisa que se diga agora é errado, temos que acompanhar e ter muita calma nessa calma. Gravamos o podcast ontem [quarta-feira, 20], às 15h (de Brasília), em Barueri. Tratei com ela a semana passada toda, marquei, combinei. Ela topou de boa de ir e, se vocês puderem ver, assistir, ela estava extremamente feliz. Falou da carreira, dos planos, de muita coisa bacana da vida dela”, complementou.
De acordo com Alê Oliveira, Walewska não apresentou, durante a entrevista, qualquer comportamento que pudesse ser relacionado a problemas de saúde mental, como a depressão.
“Em nenhum momento passou qualquer problema que ela pudesse ter de questões de saúde mental ou de saúde física. Não transpareceu assim. Fica o nosso pesar, estou em choque. Ela era uma mulher incrível, totalmente fora da curva em termos de cultura, educação, de como conversar. Nunca imaginei, ela estava extremamente feliz. Falou que tinha ido no Palmeiras, conhecido o Abel Ferreira, dos planos de lançar uma marca de chocolate para pré-treino. Estava comandando um podcast sobre mentalidade olímpica, entrevistando figuras importantes no esporte nacional. Me pareceu mega animada e só nos faz pensar no quanto as coisas passam rápido. Temos que aproveitar muito quem está perto da gente”, ponderou.
Ainda segundo o jornalista, a conversa na íntegra com Walewska seguirá publicada nas plataformas como forma de homenagear a campeã olímpica.
“Vamos deixar o podcast no ar, porque vai virar um registro histórico da última entrevista da Walewska. Vamos deixar na íntegra, pode ser uma forma de respeito, de homenagem. O vôlei está de luto, porque você está com uma pessoa que é referência em um monte de coisa ontem e se vai”, encerrou.
Morte de Walewska
Walewska Oliveira, ex-jogadora da Seleção Brasileira de Vôlei, do Minas e do Praia Clube, morreu nesta quinta-feira (21), aos 43 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada. A informação foi confirmada pela Itatiaia com pessoas próximas à família.
Walewska estava em São Paulo para a divulgação de sua biografia. Nessa quinta-feira (21), ela esteve em um evento onde apresentou o livro.
Carreira de Walewska
A ex-jogadora foi revelada pelo Minas, em 1995 e ficou no clube até 1998. Ela voltou ao time da capital mineira em 2014 e ficou até o ano seguinte. A meio-de-rede ainda defendeu Rexona/Ades, São Caetano, Sirio Perugia da Itália, Murcia da Espanha, Zarechie da Rússia, Vôlei Futuro, Vôlei Amil, Minas, Osasco e Praia Clube, onde encerrou a carreira em 2022.
Walewska também teve duas passagens pelo Praia Clube, de Uberlândia. A primeira foi entre 2015 e 2018, quando conquistou o título da Superliga Feminina de Vôlei pela segunda vez na carreira (ela já havia sido campeã em 2000 pelo Rexona/Ades).
A última passagem de Walewska pelo Praia Clube começou em 2019 e terminou no ano passado, quando ela anunciou a aposentadoria.
Walewska foi duas vezes campeã da Superliga (1999-2000 e 2017-18). A meio-de-rede ainda levantou as taças da Supercopa (2019, 2020 e 2021), do Troféu Super Vôlei e do Campeonato Mineiro (2019 e 2021).
Ela ainda conquistou o título Sul-Americano em 2021, pelo Praia Clube.
Super campeã pela Seleção Brasileira
Walewska defendeu a Seleção Brasileira durante boa parte da carreira. A primeira convocação foi em 1999, com Bernardinho. No mesmo ano, ela conquistou o título dos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá.
O auge da carreira de Walewska foi o título dos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, na China. Ela também ganhou a medalha de bronze nos jogos de 2000, em Atenas, na Grécia.
Ela também conquistou três vezes o título do Grand Prix de Vôlei: 2004, 2006 e 2008. Na última conquista, foi eleita a melhor bloqueadora do torneio.