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Aos 36 anos, Fernando Romboli vive ‘ano mágico’ e chega ao top 1 do Brasil nas duplas

Brasileiro teve atuações destacadas em dois Masters 1000 entrando como alternate e superou Rafael Matos

Fernando Romboli celebra o título no ATP 250 de Houston

Fernando Romboli é o novo top 1 das duplas do Brasil no ranking da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP). Com o desempenho no Masters 1000 de Toronto - em que ele foi às quartas com o australiano John-Patrick Smith - o paulista de 36 anos chegou a posição 44, e superou Rafael Matos, que nesta semana ficou na 53ª colocação.

A Itatiaia conversou com o atleta, que mostrou estar realizado com o momento da carreira.

“Mais uma semana muito boa. Um resultado de muitos anos, e desse ano em especial. É o resultado de semanas fazendo as coisas direitinho, sabendo o que tinha que ser feito, confiando no processo”, confessou o atleta, que segue no Canadá, em preparação para viajar aos Estados Unidos, onde disputará o Masters 1000 de Cincinnati.

No torneio mais recente, ele entrou como alternate - vaga disponibilizada quando alguma dupla desiste - e venceu dois jogos.

Na estreia, Romboli e Smith superaram os norte-americanos Robert Galloway e Brandon Nakashima por 2 sets a 1, com parciais de 6/4, 1/6 e 10-4. Depois, derrubaram a dupla chave número 3 do torneio, formada pelo o britânico Henry Patten e o finlandês Harri Heliovaara, por 2 sets a 1, com parciais de 6/4, 6/7 (9-11) e 10-7, e garantiu vaga nas quartas de final.

Nesta fase, perderam os argentinos Andrés Molteni e Máximo González.

“A gente foi de alternate, sabia que era um risco e acho que a gente foi recompensado por ter corrido esse risco, ter conseguido a chance de entrar na chave. A partir do momento que a gente entrou, colocamos em prática aí o que a gente vem fazendo, a maneira que a gente vem jogando e conseguimos duas ótimas vitórias”, analisa Romboli.

A campanha no Canadá foi parecida com o desempenho que projetou a parceria Brasil/Austrália para o mundo. Isso porque no Masters 1000 de Indian Wells, no estreia da dupla, Romboli e Smith também se inscreveram como alternates. Jogo a jogo, se entrosaram, e chegaram até as semifinais.

A partir daí, Romboli deixou a posição 82 do mundo para subir até o top 50.

Fernando Romboli e JP Smith, com o troféu do ATP 250 de Houston, nos Estados Unidos

O tamanho de chegar ao topo e as dificuldades do caminho

Além do desempenho nos Masters 1000, Fernando Romboli ainda conquistou outros bons resultados em 2025, como o título no ATP 250 de Houston, vice-campeonato em Hamburgo ao lado de Andrés Molteni e a terceira rodada Roland Garros.

Agora 44º do mundo, ele tenta dimensionar o tamanho dessa conquista. Além disso, ele destacou o retrospecto glorioso dos duplistas brasileiros.

“É muito importante. Nos últimos anos a gente teve um destaque bem importante nas duplas, com o André Sá, o Bruno Soares, e Marcelo Melo, que foram, né, que levaram o nome do Brasil até o topo. Eu acho que alcançar esse posto de de duplista número 1 do Brasil hoje é uma uma recompensa de muitos anos de trabalho, muitos anos na estrada”, apontou.

Fernando Romboli jovem

Além de alcançar o topo dos tenistas, ele também chegou ao seu melhor ranking. Por isso, o seu foco agora é seguir melhorando.

“Bom, o próximo objetivo aí é furar essa barreira do top 40, depois do top 30 e conseguir, é, melhores resultados nos torneios grandes. Eu acho que é tudo parte do processo e acho que a gente tá numa caminhada bem certa”, finalizou.

Passado na simples: 20 anos de profissional

Antes de ser o vitorioso especialista nas duplas, Fernando Romboli foi um prospecto do tênis mundial na categoria simples. Após liderar o ranking juvenil brasileiro com 17 anos, ele chegou ao top 2 do mundo aos 18. Com isso, fez os seus primeiros pontos no ATP em 2006.

“Nessa carreira de simples, eu fui campeão de um Challenger, cheguei a minha melhor posição que foi 230 do mundo. Joguei as qualificatórias de Grand Slam. Acho isso muito legal. E por volta dos Acho que acredito dos 30 anos mais ou menos, me voltei para as duplas”, explicou.

Com isso, ele revelou alguns dos perrengues que o mundo do tênis profissional tem. Para a Itatiaia, ele afirmou que o esporte de alto rendimento é um investimento.

“Acho que como toda profissão tem os seus perrengues. O perrengue do tenista, é, assim, investimento. Quando você não tá com resultado expressivos, você de repente tá ali 200 do mundo, 100 do mundo. Muitas vezes você acaba não não ganhando muito dinheiro. Mas você está investindo para quando você conseguir furar essa barreira, se você conseguir furar essa barreira e chegar ali a uns 50, 40, 30, 10 do mundo, você colhe esses frutos”, finalizou.

Agora, Fernando Romboli e John-Patrick Smith disputarão o Masters 1000 de Cincinnati, nos Estados Unidos.

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Igor Varejano é jornalista formado pela UFOP. Tem experiência na cobertura esportiva, como repórter de cidades e rádio. Antes da Itatiaia, colaborou com Agência Primaz, Jornal Geraes e Rádio Real.