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Com pai e empresa do rapper Jay-Z, Endrick é o centro das atenções no Pré-Olímpico

Atacante do Palmeiras e futuramente do Real Madrid fez o gol da vitória do Brasil Sub-23 sobre a Bolívia, na terça; Seleção tenta uma das duas vagas a Paris-2024

Endrick cumprimenta seu pai, Douglas Ramos, após a vitória do Brasil sobre a Bolívia no Pré-Olímpico

O técnico da Seleção Brasileira Sub-23, Ramon Menezes, respondeu quatro perguntas na entrevista coletiva que concedeu após a vitória sobre a Bolívia nesta terça-feira (23), por 1 a 0, na estreia do Torneio Pré-Olímpico. Duas foram sobre a atuação irregular, no que concordou em parte, e as outras duas sobre Endrick.

O atacante do Palmeiras, que em julho se apresenta ao Real Madrid-ESP após custar 60 milhões de euros (R$ 320 milhões), valor que pode chegar a 72 milhões de euros (R$ 386 milhões) a depender de metas a serem batidas, é o centro das atenções na competição que classificará dois times da América do Sul para Paris-2024.

Os jornalistas venezuelanos queriam saber de Ramon como ele avaliou a partida de Endrick e se o time jogará em função dele. O treinador desviou como pôde, e colocou o camisa 9 no mesmo degrau de outros atletas do elenco, na tentativa de mostrar que o time não tem uma estrela, blá, blá, blá. Não vai dar muito certo.

A imprensa do país-sede do Pré-Olímpico já chama o garoto de 17 anos de “la joyita de Palmeiras”, e em alguns casos os mais apressadinhos falam em “la joyita de Real Madrid”. O interesse pelo jogador é interessante porque, na Venezuela, o futebol não é o esporte mais popular. Perde de longe para o beisebol.

Por isso que na arquibancada do estádio Brígido Iriarte, na capital Caracas, o público foi pequeno para a estreia brasileira, e mesmo no jogo da Venezuela o equipamento para dez mil pessoas não estava cheio. Pesa-se também o fato de Caracas não ser a cidade do país em que a população mais aprecia o futebol, postos de San Cristóbal e Puerto Ordaz.

Estafe junto

Mas na arquibancada do Brígido Iriarte estava, talvez, o maior fã do futebol de Endrick. Douglas Ramos está na Venezuela acompanhando de perto o desempenho do filho. Ele viajou junto de integrantes da Roc Nation Sports, a agência que controla a carreira de Endrick.

Em julho do ano passado, o ícone da cultura hip-hop, o cantor, produtor e empresário estadunidense Jay-Z comprou 51% das ações da TFM Agency, empresa que administrava carreiras de jogadores de futebol, entre eles Vinícius Júnior, atacante da Seleção Brasileira e do Real Madrid, Gabriel Martinelli, meia-atacante da Seleção e do Arsenal-ING, e Endrick.

A TFM foi englobada ao grupo Roc Nation, fundada por Jay-Z em 2008 para gerenciar carreiras ligadas ao mundo do entretenimento. Desde 2013, a empresa tem uma ramificação dedicada a esportes, a Roc Nation Sports, que é quem hoje se dedica a orientar todos os passos de Endrick fora das quatro linhas.

“Esse é um dos momentos que vou guardar para o resto da vida. Ver meu filho jogar com a amarelinha, seja na Seleção principal ou na Seleção Olímpica, e ver o Brasil sair daqui com uma vitória com um gol dele, nada mais merecido, não só por ele como por toda a equipe”, disse o pai de Endrick em entrevista à CBF TV.

A mãe de Endrick, Cíntia Ramos, preferiu ficar em casa a fim de fazer suas orações com mais tranquilidade, pedindo pelo sucesso do filho e da Seleção Brasileira. Para aproveitar a proximidade do pai na Venezuela, Endrick o encarregou de comprar alguns cremes e perfumes de sua preferência.

“Quando o Endrick botou a bola na frente para correr ao lado de dois zagueiros, eu sabia que não iam chegar nele. Na hora da conclusão, o goleiro cresceu e eu temi que o Endrick tentasse dar um ‘totozinho’ para encobrir o cara. Mas teve frieza e chutou rasteiro. Aí não teve jeito”, disse Douglas Ramos.

O Brasil volta a campo na próxima sexta-feira (26) para enfrentar a Colômbia, às 20h (de Brasília), no mesmo local da estreia. Endrick, novamente, será o centro das atenções.

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Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.