Apresentado nesta quinta-feira (11) como o novo técnico da Seleção Brasileira, Dorival Júnior disse que há uma desvalorização inadequada da qualidade dos campeonatos no país e que pretende, na medida do possível, chamar com frequência atletas que atuem em clubes do Brasil, algo que se tornou raro nos últimos anos.
Na Copa do Mundo de 2022 no Catar, com Tite como treinador, somente três dos 26 chamados atuavam no Brasil. Na última lista de Fernando Diniz, antecessor de Dorival, em novembro de 2023 para jogos contra a Colômbia e Argentina, pelas Eliminatórias, sete dos 23 atuavam por aqui.
"Às vezes temos referência do campeonato lá fora, que passa a ser muito melhor do que o Brasileiro. Temos que repensar tudo isso, nosso campeonato é tão difícil quanto qualquer outro, mais até do que vários outros, e não damos conta dos valores dos profissionais que estão aqui. Então se preparem porque vou contar com muitos jogadores daqui de dentro, desde que tenham merecimento, claro”, disse Dorival Júnior.
Dorival disse que vai trabalhar para ter sempre os melhores, discurso de dez entre dez treinadores da Seleção. Mas afirmou que, nos últimos dez ou 12 anos, houve uma migração grande de jogadores, até jovens, para fora do país, muitos se destacaram, mas outros acabaram tendo carreiras médias. E é preciso olhar para o Brasil.
“Para mim, por exemplo, a Copa do Brasil é muito mais disputada do que a Libertadores. Mas, na reta final, a Libertadores toma uma proporção maior. Esses jogadores que acabam saindo, algumas vezes quebram a qualidade dos nossos campeonatos aqui, mas o nível continua sendo muito grande”, disse o treinador.
Técnico desde 2002, o ex-volante Dorival Júnior nunca trabalhou fora do Brasil.