Assim que Fernando Diniz foi anunciado como treinador da Seleção Brasileira até junho de 2024 e comunicado que ele não deixará o Fluminense, conciliando os dois trabalhos, explodiram nas redes sociais comentários de que o treinador poderá sofrer críticas se convocar atletas que desfalquem times brasileiros concorrentes do Flu.
O Brasileirão para nas Datas-Fifa, até certo ponto: muitos times jogam logo no dia seguinte, tornando inviável a presença de convocados em campo. Tanto Diniz, quando o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, ressaltaram que o profissional tem caráter e ética e que as convocações serão pautadas assim.
“Eu vou ponderar a situação, estamos antecipando a chance de algo acontecer. Quando estiver convocando para a CBF vou me pautar em procurar aquilo que é o melhor para a CBF. Sabe que sempre que outros treinadores, que não conciliavam Seleção e clube, convocavam também eram questionados. Questionamentos podem haver, mas não serão questionamentos baseados na falta de ética. Eu vou procurar fazer o melhor com o meu senso de justiça e com ética, que sempre preservo”, disse Fernando Diniz.
O tema parece ter incomodado Ednaldo Rodrigues, que dedicou quase toda sua fala antes da coletiva para ressaltar que seu mandato tem caráter e ética, que jamais qualquer situação será feita para prejudicar clube A ou B por causa de convocações da Seleção Brasileira.
“Vocês podem concordar ou discordar de nossa decisão, respeito todos os pontos de vista. Mas a CBF precisava tomar uma decisão. Estão falando essa questão de ética, de forma pejorativa, e isso não vai acontecer, não na minha gestão e não com um treinador com o caráter do Fernando Diniz”, disse Ednaldo Rodrigues.
Diniz tentou explicar como será sua dinâmica de trabalho, dividindo funções entre a Seleção e o Fluminense.
“Quando estiver no Fluminense, estarei 100% no Fluminense. Agora vou sair daqui, ir para casa, e começar a analisar o Inter [rival do clube carioca no domingo, pelo Brasileirão]. E quando estiver na CBF, estarei 100% na CBF. Claro, sou ser humano, pode ter um ou outro momento que a cabeça repare em algo do outro lado, mas é concentração em cada trabalho”, disse o treinador.
Com Diniz farão parte da comissão técnica da Seleção o preparador físico Marcos Seixas e o auxiliar Wagner Bertelli. O auxiliar Eduardo Barros, cotado para também conciliar os trabalhos, pode ser o profissional que vai substituir Diniz no Fluminense quando ele estiver a serviço da CBF. A tendência é que Diniz convoque profissionais de outros clubes para fazer parte de sua comissão a cada Data-Fifa que for trabalhar.
O treinador comandará o Brasil em seis jogos pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 (que será nos EUA, México e Canadá), entre setembro e novembro de 2023. E dois amistosos, em março de 2024, um confirmado contra a Espanha e outro que pode ser frente à Alemanha.
VEJA OS JOGOS QUE A SELEÇÃO FARÁ COM DINIZ ATÉ ANCELOTTI CHEGAR:
Setembro de 2023 - Bolívia (casa) e Peru (fora) - Eliminatórias Copa 2026
Outubro de 2023 - Venezuela (casa) e Uruguai (fora) - Eliminatórias Copa 2026
Novembro de 2023 - Colômbia (fora) e Argentina (casa) - Eliminatórias Copa 2026
Março de 2024 - Espanha (Madri) e provavelmente Alemanha - amistosos