A direção da Fifa ampliou seu acordo com a União Europeia de Radiodifusão para a transmissão da Copa do Mundo feminina de futebol para 34 territórios da Europa (o acerto inicial previa 28).
Com isso, países da elite do continente que até agora não receberiam imagens da competição, como Alemanha, França, Espanha, Itália e Inglaterra (Reino Unido), terão acesso gratuitamente aos jogos em TV aberta, por meio de emissoras públicas.
A competição será disputada de 20 de julho a 20 de agosto de 2023, na Austrália e na Nova Zelândia, e será a primeira edição com 32 participantes. As empresas que transmitirão os jogos nos países citados serão:
Inglaterra (Reino Unido): BBC
Itália: RAI
Alemanha: ARD e ZDF
Espanha: RTVE
França: France Télévisions
O movimento é uma derrota do presidente da Fifa, Gianni Infantino, que reclamou nos últimos meses dos baixos valores oferecidos por empresas de comunicação para a compra dos direitos da competição.
” As ofertas das emissoras, principalmente dos países europeus ‘Big 5' [Inglaterra. Alemanha, Espanha, França e Itália], ainda são muito decepcionantes e simplesmente inaceitáveis com base em quatro critérios”, disse Infantino, no começo de maio.
Os critérios citados por Infantino eram:
100% de qualquer taxa de direitos paga iria direto para o futebol feminino, no movimento da Fifa de promover ações em prol da igualdade de condições e remuneração;
As emissoras públicas, em particular, têm o dever de promover e investir no esporte feminino;
Os números de audiência da Copa do Mundo Feminina são de 50% a 60% os da Copa do Mundo masculina, mas as ofertas das emissoras nos ‘Big 5' dos países europeus são de 20 a 100 vezes menores do que a masculina;
Enquanto as emissoras pagam de US$ 100 milhões a US$ 200 milhões pela Copa do Mundo masculina, elas oferecem apenas de US$ 1 milhão a US$ 10 milhões pela Copa do Mundo feminina.
O entrave nas negociações chegou ao limite no início de junho, a 50 dias da Copa. Em contato com o Conselho da entidade, Infantino entendeu que seria péssimo para o desenvolvimento do futebol feminino não ter transmissão em mercados importantes como os dos “Big 5" da Europa e começou a alinhar o acerto com a União Europeia de Radiodifusão para que empresas filiadas a ela, como a BBC, pudessem transmitir a competição.
Os valores finalizados para o negócio não são revelados, mas estão muito abaixo do que a Fifa pretendia.
Como a Itatiaia revelou, a Fifa havia vendido até o início de maio os direitos de transmissão da
A Fifa define os locais em que negocia seus campeonatos como territórios, e não países, porque em alguns casos as vendas ocorrem para regiões que nem autônomas são. Um exemplo é o departamento francês chamado Reunião, uma ilha no Oceano Índico, em águas africanas, que a Fifa cede separadamente dos pacotes oferecidos para a França.
No Brasil
As transmissões serão, na maioria, no SporTV (canal a cabo), na Globoplay (streaming) e no Ge.com (internet). A Globo aberta passará apenas os três confrontos da Seleção Brasileira pelo Grupo D desta etapa da competição.
Se a Fifa não abrir o sinal para o Brasil por meio de seu streaming, o Fifa+, 29 partidas da primeira fase do Mundial não devem ter qualquer transmissão ao Brasil.
A Itatiaia apurou que há boas chances de a Fifa transmitir toda a Copa feminina pelo Fifa+, como fez com a Copa do Mundo masculina do Catar, em 2022, e mais recentemente com o Mundial Sub-20 que terminou no domingo (11), na Argentina.
Além do Grupo Globo, a Cazé TV, o canal do streamer Casimiro Miguel no Youtube, transmitirá jogos da Copa do Mundo feminina ao vivo, compartilhando confrontos com o concorrente, inclusive as partidas da Seleção Brasileira.