Presidente do Grêmio até 2025, Alberto Guerra não pensa em transformar o clube em Sociedade Anônima do Futebol (SAF) neste momento. Em entrevista ao programa CNN Esportes S/A, na CNN Brasil, o mandatário explicou que prefere manter a instituição no modelo de associação pelos próximos anos e preservar a relação mais próxima com conselheiros, sócios e a cultura do Rio Grande do Sul.
“No momento, a gente não pensa em transformar o clube em SAF. Foi até uma promessa de campanha do final do ano passado: eu gosto do sistema e sou uma cria do clube, cresci lá dentro, tive vários cargos, gosto dessa formação do clube, que agrega as pessoas da cidade e é uma representação da nossa própria cidade”, declarou.
Guerra explicou que não perderá de vista a SAF, mas prefere estabilizar o clube economicamente ainda no modelo de associação para evitar eventual negociação futura de ações em condições precárias para investidores do mercado.
Atualmente, a dívida do clube está no patamar de R$ 518 milhões.
“Temos a convicção que, no ano que vem, estaremos sãos (sadios) financeiramente. E o Grêmio não quer negociar uma SAF quando está apertado, precisando de dinheiro. A ideia é que o Grêmio possa escolher o parceiro e não ser comprado por alguém”, argumentou.
“Nós vamos saber o que está acontecendo no mercado e queremos ter a opção de escolher o caminho e não ser mandatório por falta de alternativas”, agregou.
Veja outras declarações de Alberto Guerra sobre o modelo de SAF
O modelo atual permite tornar o clube sadio financeiramente e poder escolher. Vale lembrar que a SAF paga imposto de renda que os clubes não pagam. Também tem o custo pelo outro lado. E tudo isso está sendo levado em consideração, mas o momento é exploratório. Queremos entender como funciona isso pra escolher o próprio caminho mais à diante.
A gente tem que entender o mecanismo e não só ficar com a impressão que a SAF veio para ajudar clubes em condições financeiras precárias. Imagina se um clube mais rico resolve fazer uma SAF e vender parte dele? Se torna imbatível porque a capacidade de venda do futebol está ligada aos títulos. Tem uma máxima que diz que nem todo time que investe, ganha. Mas todos que ganharam, investiram. E para seguir ganhando títulos é preciso ter investimento e a gente precisa saber como.
Todas essas decisões estão em um estágio muito avançado do que o Grêmio está agora. Não é uma intenção de ser SAF no momento, mas é nossa obrigação como gestores entender como o mercado está funcionando.
Eu tive a oportunidade de conversar com gestores, não só do Brasil como de fora. O próprio sistema alemão está reclamando que não consegue ser tão competitivo como gostaria, justamente por vender uma menor parte. O importante é entender para poder fazer até outros modelos de SAF, como para categorias de base ou de times menores, pro futebol feminino.
A gente tem que entender o mecanismo e não só ficar com a impressão que a SAF veio para ajudar clubes em condições financeiras precárias. Imagina se um clube mais rico resolve fazer uma SAF e vender parte dele? Se torna imbatível porque a capacidade de venda do futebol está ligada aos títulos. Tem uma máxima que diz que nem todo time que investe, ganha. Mas todos que ganharam, investiram. E para seguir ganhando títulos é preciso ter investimento e a gente precisa saber como.
Estamos atentos a esses movimentos porque o Grêmio quer continuar competitivo. Vendo a movimentação do mercado, e tem aqueles clubes que já têm uma receita maior, como é o caso de Flamengo, Corinthians, Palmeiras e outros já têm um poder de investimento maior que o Grêmio por conta da SAF, outros menores que o Grêmio que podem se tornar SAF.
Então, a gente tem que estar muito atento para que daqui a 2 anos, 3 anos, a gente não se torne um dos clubes com menor capacidade de investimento. A gente tem feito rodadas de conversas e palestras para entender isso e ver uma forma de, lá na frente, é importante que a gente fale sobre isso, forma de SAF no Brasil e no mundo para tomar uma decisão.
