Presidente do
Contexto do conflito
Flamengo e Palmeiras protagonizam embate por disputas que envolvem repasses financeiros da Libra (Liga do Futebol Brasileiro).
Na última terça-feira (7), Bap questionou empréstimo de R$ 80 milhões feito pela Crefisa, empresa de Leila Pereira, para o Vasco. A garantia da instituição financeira é de ficar com 10% das ações da SAF do clube carioca caso os requisitos do empréstimo não sejam cumpridos.
Para criticar esse movimento, o presidente do Flamengo insinuou que o desejo de Leila seria comprar a SAF do Vasco, dizendo que “existe uma agenda muito clara” da dirigente. Em resposta, a presidente alviverde rebateu.
“Quanto à insinuação do presidente Bap sobre o boato de que eu estou comprando o Vasco, ele pode ficar tranquilo. Eu não estou comprando o Vasco. Aliás, não estou comprando nem o Vasco nem a Netflix”, disse.
Por que Netflix?
Luiz Eduardo Baptista foi presidente da DirecTV e CEO da Sky, operadora de TV, durante mais de uma década. Em 2014, quando a Netflix iniciou processo de entrada no mercado brasileiro, o dirigente do Flamengo falou sobre a concorrência.
Na época, Bap afirmou que Sky e Netflix, na verdade, não eram concorrentes. Além disso, poderia comprar a empresa de streaming no Brasil.
“Não somos concorrentes. Mas, daqui a pouco, se começarem a nos incomodar, podemos comprar esses caras no Brasil”, disse Bap.
Bap é o atual presidente do Flamengo
A gigante do ramo “On demand”, contudo, se tornou a maior empresa de streaming do Brasil e do mundo. Inclusive, é a mais lucrativa: obteve 10,4 bilhões de dólares de lucro, além de 33,7 bilhões de dólares de receitas totais em 2024, segundo o portal especializado “Hollywood Reporter”.
O guia internacional de streaming da plataforma JustWatch também apontou que a Netflix atualmente tem uma fatia de 25% do mercado brasileiro, à frente de todos os concorrentes. A empresa lidera o número de assinantes globalmente.
Leila x Bap e Palmeiras x Flamengo
As “farpas” entre Leila Pereira e Bap se agravaram desde que o Flamengo conquistou uma liminar para bloquear repasse de R$ 77 milhões para os integrantes da Libra, incluindo o Palmeiras.
O Palmeiras entende que a estratégia do Flamengo é tentar “asfixiar” os clubes da Libra para forçar uma renegociação sobre a divisão das verbas provenientes da audiência via pay-per-view — as verbas bloqueadas são dessa vertente do contrato.
Diversas equipes que integram o bloco, como São Paulo, Santos, Atlético e Grêmio, se posicionaram de forma contrária à postura do clube carioca.
O Flamengo alega ter sido prejudicado pelas regras de distribuição do dinheiro e busca a revisão do acordo firmado em 2024, que é válido até 2029.
O processo corre em segredo de Justiça. A liminar havia sido negada em primeira instância, mas o pedido foi acatado em segunda instância pelo Tribunal do Rio de Janeiro.