O dublador Velloso apontou o que foi dito por Hulk no momento em que levou o cartão amarelo, mesmo estando no banco de reservas, durante a vitória do Atlético sobre o Mirassol na noite de sábado (28), na Arena MRV. Indignado, o atacante desabafou após a partida e chegou a chorar ao dar forte declaração à imprensa na zona mista.
Hulk recebeu cartão amarelo já no final da partida, quando Júnior Santos sentia dores no quadril dentro de campo. Alguns jogadores do banco de reservas do Atlético, incluindo Hulk, pediam a paralisação do jogo, assim como o técnico Jorge Sampaoli.
O camisa 7 atleticano chegou a conversar com Paulo Henrique Schleich Vollkopf, quarto árbitro do jogo, antes de receber o cartão amarelo aplicado por Rafael Klein.
Veja o diálogo que culminou no cartão amarelo aplicado a Hulk:
- Hulk ao quarto árbitro: “E o senhor não ajudou, velho! Do lado! Pelo amor de Deus! (…) Tá, mas o cara está machucado ali e está parado o jogo! O jogo está parado!”
- Hulk após receber o cartão: “Eu falei o quê, velho? Não, pô! Isso é ridículo! Olha, pergunta ele, velho. É impressionante, velho. (…) Vocês são ridículos, vocês são uns babacas! Seu mer*, por*! Mano, pelo amor de Deus, velho.”
- Caio: “Mano, não tem explicação para isso!”
- Hulk: “Não, pelo amor de Deus!”
Após o apito final, Hulk tentou falar com Klein no gramado da Arena MRV. Veja o diálogo:
- Rafael Klein: “Hulk, sai!”
- Hulk: “Klein, não, não, não… Qual foi o motivo?”
- Caio: “Só me escuta [diz enquanto afasta Hulk do árbitro]. Ele não vai mudar nada!”
- Hulk: “Calma, calma, calma. Vamo, só me fala o porquê, Klein.”
O árbitro registrou na súmula da partida que Hulk se levantou do banco “para reclamar das decisões da arbitragem” e teria “desaprovado com palavras ou gestos as decisões da arbitragem”.
Atlético reclama na CBF
Chief Sports Officer (CSO) do Atlético,
“Com muito respeito, questionamos o cartão e tomamos as providências necessárias para que a CBF possa nos explicar melhor o que ocorreu. Para nós, foi injusto. Temos os vídeos que demonstram a ausência de qualquer manifestação contrária às decisões do árbitro. Não teve nenhuma fala do Hulk que justificasse a advertência”, afirmou Paulo Bracks.
O Atlético informou que o questionamento da advertência foi formalizado também por ofício, ocasião em que o clube requereu os áudios da comunicação entre os árbitros.
Desabafo de Hulk
Ao passar pela zona mista do estádio, retornando do exame antidoping,
“O árbitro fica com o microfone e com o fone. Então tem tudo gravado. Pede para ele mostrar, com a gravação, se em algum momento eu falei com ele. Eu não falei com ninguém. Se vocês pegarem o lance, estamos preocupados porque Júnior Santos machucou. Está lá no chão. Vamos lá perto, abaixados: ‘Júnior, o que aconteceu’?. E Sampaoli do lado, perguntando. Júnior virou para mim e falou: 'É o adutor. Estourou’”, iniciou.
“Aí eu falei: ‘Professor, é o adutor’. Passei pra Sampaoli, porque ele não tinha entendido na hora. E todo mundo preocupado lá, e ele mandando a gente ir para o banco. E a gente [falou]: ‘Calma, o cara tá no chão, o jogo está parado, estamos preocupados com o cara, o cara machucou sério’”, foi além.
Ainda segundo o jogador, todos os companheiros de time que estavam no banco estranharam a atitude de Klein e fizeram alerta a ele:
“Do nada, ele veio e me deu amarelo. Quando chegou no banco, todo mundo do banco falou: ‘Hulk, isso é surreal, não é normal. Os caras te perseguem. Tu não falou nada’. Estávamos todos lá, todos os atletas, toda a comissão, todo mundo na beira do campo porque o cara estava machucado e o jogo estava parado. Por que ele me deu amarelo?”.
“Mas essa de hoje é surreal. Tem que ser averiguada. Tem muitas coisas suspeitas por trás. Vê a súmula. Se ele falar que foi reclamação... Eu nem olhei. Se eu olhasse para ele, pelo menos, de cara feia... mas em nenhum momento falei com o árbitro, tampouco discuti com o quarto árbitro, com ninguém. Estávamos preocupados com o nosso atleta que estava machucado no chão”, afirmou.