Em entrevista à Itatiaia, nesta quinta-feira (16), Marcus Salum, ex-presidente do
O Coelho, que passa por momento financeiro delicado, segue no mercado em busca de um parceiro para administrar a empresa do clube. As buscas contam com a participação de Salum.
Para o ex-mandatário, existe um “abismo” no futebol brasileiro entre os recursos da
“Esse momento era esperado (situação financeira delicada). Existe um abismo no futebol brasileiro entre os recursos da Série A e a da Série B. Se isso não mudar, vai ser muito difícil. Não é o América que tem dificuldade na Série B, a maioria dos clubes tem de conseguir, sem a instalação de um fair-play financeiro no futebol brasileiro, se manter na Série B pagando os salários que são exigidos”, começou.
“Aí quando você vem com uma postura, como o América começou o ano, jogando com jogadores jovens, mais de base, aí você não tem os resultados e tem que acabar investindo. E isso complica mais a situação financeira”, finalizou Salum em entrevista à Itatiaia durante o Fórum SAF 2025.
Adiante, Salum destacou que a busca por investidores segue e afirmou que o América é um parceiro viável e interessante.
“Eu acho que essa busca (por investidores) vai continuar, ela vai acontecer. O América é um parceiro viável, um parceiro interessante. Mas, hoje, eu diria que o foco total é em cima do time em 2025 para que a gente possa permanecer na Série B e com isso, ter a tranquilidade de buscar o parceiro”, apontou.
Pedido por fair-play financeiro
O ex-mandatário americano pediu a implementação do fair-play financeiro no futebol brasileiro como forma de obrigar clubes a honrar seus compromissos.
“Se você não implementar um fair-play financeiro, se você não colocar limites em cima de orçamento, se você não obrigar os clubes que fazem loucuras a cumprir seus compromissos, você vai inviabilizar boa parte dos clubes do Brasil”, iniciou.
“O que ocorreu ano passado foi um absurdo. Vários clubes que não pagaram permaneceram (na Série A), e os que não receberam, caíram. Isso foi a realidade do futebol brasileiro no ano passado. Foi público e notório que os clubes que estavam em dificuldade contrataram muito, sem dinheiro, e os clubes que acabaram fazendo negociação, alguns ficaram e outros caíram”, destacou Salum.
Em seguida, Marcus Salum apontou maneiras pelas quais o mecanismo deve se basear.
“Acho que o fair-play financeiro é importante, ele tem que ser lastreado em orçamento, em busca de soluções. Mas ele sozinho não resolve o nosso problema. O nosso problema é o seguinte: tem que haver equilíbrio de receitas entre Série A e Série B”, afirmou o ex-dirigente.
Por fim, o antigo dirigente avaliou o impacto de um rebaixamento da Série A para a Série B nos clubes e comparou com o que aconteceu com o América no fim de 2024.
“Um time está na Série A, tem um orçamento lá em cima, ele cai para a Série B, tem vários jogadores com salários de Série A e não tem como se sustentar. Se ele não for um ‘big’ time, que vai trazer imprensa e mídia no entorno, ele acaba se afundando se não voltar imediatamente para a Série A. Foi o ocorrido com o América em 2024”, disse.
“Então, isto tem que ser resolvido. Tem que haver uma melhor distribuição das receitas para o futebol brasileiro se equilibrar”, encerrou Salum.