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Ídolo do Vasco, ex-atacante desabafa e se emociona em reunião de credores do clube

Assembleia Geral de Credores aprovou por unanimidade o plano de recuperação judicial do Vasco

Valdir Bigode durante Assembleia dos Credores do Vasco

Valdir Bigode se emocionou durante a votação do plano de recuperação judicial do Vasco, nesta quinta-feira (9). O ex-atacante falou antes das deliberações que aprovaram a proposta por ampla maioria na Assembleia Geral de Credores, realizada em um hotel na zona oeste do Rio de Janeiro.

A recuperação judicial é um processo legal que reestrutura as dívidas do Vasco, para possibilitar a reorganização financeira do clube.

Apesar do protesto inicial na reunião, Valdir aceitou os termos propostos pelo Vasco e votou a favor do acordo, assim como 97% dos credores presentes. A Vasco SAF chegou a publicar uma nota oficial em comemoração à decisão dos credores.

O ídolo cruzmaltino, que também construiu uma grande história no Atlético, entrou em rota de colisão com Pedrinho ao cobrar o presidente do clube associativo durante a reunião. Em sua fala, Bigode detalhou os desafios que enfrentou ao longo de sua carreira e reafirmou seu direito ao pagamento das dívidas que lhe são devidas.

Veja a declaração de Valdir Bigode

”...Pode me processar, fazer o que quiser. Vou até o último dia. Esse dinheiro me pertence, é da minha família. Eu trabalhei para isso, eu trabalhei... Tô com a coluna toda rasgada, três cirurgias... trabalhei por outros clubes também, mas eu joguei futebol para isso. Eu queria ter uma um respeito de quem vai administrar. Com todo o respeito a todos, as pessoas que estão fazendo isso estão recebendo seus salários em dia. E eu queria receber o meu. Eu estou há quase 20, 21 anos esperando. Um monte de gente fez acordo. Eu não quero saber como foi a vida dos outros, quero ver a minha. Sou o número 22 ou 23 e o número 33. Estou aguardando. Ninguém me procurou”, iniciou Valdir.

Durante a explanação, Valdir criticou o contrato que lhe foi oferecido, assim como a maneira que o plano foi estruturado.

“Recebi um contrato horroroso. Não tem resposta. Não sei se vocês vão perceber. Não sei como vai fazer. O mínimo que eu sei disso, judicialmente falando, eu não vou nem usar palavras melhores que eu não tenho. Eu não estudei para isso... Segue a fila. Dois milhões por mês, dois milhões e meio por mês. Continua pagando os credores. Não estou falando por ninguém, mas eu sei, tenho amigos. Nunca quis receber, porque os que estão na minha frente são amigos meus. Trabalharam comigo. Os que estão atrás também são amigos”, apontou.

“Eu não queria o meu nome... “ah, Valdir recebeu porque é amigo do Eurico, porque é amigo...” Não, estou na fila esperando, pacientemente. Com todo o respeito, as palavras aqui, não sei se fui grosseiro, talvez eu tenha sido, mas com respeito. Pense bem nisso, nessa recuperação, do jeito que vai se fazer, um plano melhor... Eu fiz um acordo com o Atlético-MG no passado, eu não fui um jogador igual eu fui no Vasco, fui convidado a aceitar, aceitei. Porque foi uma coisa muito tranquila para o clube e para nós. Foi um acordo justo pra nós, muito justo, e para o clube também. Nunca me procuraram para fazer um acordo, não estou dizendo que fui melhor ou pior do que ninguém não. Estou dizendo que como jogador do Vasco, cheguei na base, representei e representei como profissional”, finalizou após ter sido interrompido pela comissão.

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Igor Varejano é jornalista formado pela UFOP. Tem experiência em esportes e cidades no rádio e em portais. Colaborou com Agência Primaz, Jornal Geraes e Rádio Real. Atualmente é repórter do Itatiaia Esporte.