Ídolo da Nação, Bruno Henrique foi homenageado pelo Flamengo nesta quarta (19) pela marca de 100 gols vestindo o Manto Sagrado. Após receber um quadro e uma medalha personalizada das mãos do diretor José Boto, o atacante concedeu entrevista coletiva e emocionou-se ao lembrar da trajetória no futebol.
“Foram dois momentos difíceis na carreira. No Santos, quando eu machuquei o olho. E em 2022, com a lesão no joelho. o mais difícil é escutar coisas, de pessoas, que eu não poderia voltar a jogar em alto nível. No futebol e em outras áreas, vemos como a medicina está evoluída. Trabalhamos com todo suporte do Flamengo, me deu total apoio, que eu precisava naquele momento”, iniciou BH27.
“Foco, determinação, fez eu mostrar para todos que estavam errados. Trabalhei em silêncio nos momentos difíceis e dei a volta por cima. Sou um cara iluminado e abençoado. Virei jogador profissional com 21 anos. Era difícil, e hoje estou fazendo 100 gols pelo Flamengo. Eu consegui. Eu venci”, completou Bruno Henrique.
Bruno Henrique não fez formação em divisões de base de clubes. O atacante atuava no futebol de várzea e participou da Copa Itatiaia. Destaque na edição de 2012, ganhou oportunidade no Uberlândia e iniciou a carreira como profissional. Antes de chegar ao Flamengo, em 2019, passou por Itumbiara, Goiás, Wolfsburg-ALE e Santos.
Em 291 jogos, Bruno Henrique alcançou 100 gols pelo Flamengo na semifinal do Carioca, contra o Vasco. O camisa 27 tem 22 gols contra rivais cariocas (Botafogo, Fluminense ou Vasco), confirmando a fama de “Rei dos Clássicos”. A maior vítima é o Cruzmaltino, contra quem já marcou 11 gols.
“Clássico, sabemos como é. Vencer é muito importante. Tem a zoação do torcedor. Clássico, entro de forma diferente. Isso me motiva em todos clássicos que disputo. Não escolho o time que marco. O Vasco é uma vítima, mais fiz gols. Não tem nada pessoal, é a vontade de fazer gols em clássicos.”
Bruno Henrique e Arrascaeta isolaram-se como os maiores campeões da história do Flamengo. São 15 títulos desde 2019: duas Libertadores (2019 e 2022), dois Brasileiros (2019 e 2020), duas Copas do Brasil (2022 e 2024), três Supercopas do Brasil (2020, 2021 e 2025), Recopa Sul-Americana (2020) e cinco Cariocas (2019, 2020, 2021, 2024 e 2025).
BH e mais dois no DM
Em recuperação de lesão muscular sofrida na semifinal do Carioca, Bruno Henrique deu sequência ao tratamento na parte interna do CT. Danilo e Viña também estão entregues ao DM.
Pedro trabalhou em campo, mas à parte do grupo principal. Everton Cebolinha, que foi relacionado para a final do Estadual, também fez um trabalho diferenciado no CT.
O elenco do Flamengo volta a trabalhar na quinta (20), às 9h30, no Ninho do Urubu. Depois, o elenco principal terá três dias de folga, com a reapresentação marcada para segunda (24).
O próximo compromisso do time de Filipe Luís será no dia 29 de março, contra o Internacional, na primeira rodada do Campeonato Brasileirão. Veja a tabela completa da Série A!
Confira, abaixo, outras respostas de Bruno Henrique, atacante do Flamengo:
O gol e o jogo mais especial pelo Flamengo
“Muito feliz por mais uma conquista individual. O gol mais marcante foi em 2019, na semifinal da Libertadores. Tive vários jogos inesquecíveis no Flamengo. Se eu for citar, vou ficar aqui até mais tarde. Deixo esse jogo contra o Grêmio também, na semifinal da Libertadores.”
Outro patamar
“Nem sei o que dizer. Foi no calor do jogo, quando falei essa frase, que acabou viralizando no mundo inteiro. Ver que hoje todo mundo usa, fico muito feliz. hoje todo mundo fala.”
Filipe Luís como técnico
“Além de um amigo, é um treinador que é focado em tudo que nos passa, em que trabalha. É dedicado. Em pouco tempo de clube e carreira, parece que já tem anos trabalhando como treinador. Nos sentimos muito felizes com ele. Nos dá total confiança para trabalhar e fazer o que sabemos dentro de campo. Nos sentimos muito à vontade com ele.”
Bruno Henrique de 2019 e 2025
“Quando cheguei ao clube, ainda um pouco desconfiado da parte de fora, eu sabia quem eu era e o que poderia entregar a esse clube. Meu dia a dia, daquela época até hoje, não mudou em nada. Trabalho bastante, focado em dar o melhor e ajudar o Flamengo sempre. Esse é meu objetivo e sempre será quando estiver aqui no clube. Minha avaliação é essa. Sempre que entro em campo é para dar o melhor pelo Flamengo, pela minha família e amigos, e todos que torcem para mim.”
Projeção da carreira
“O Filipe, quando assumiu o time profissional, veio conversar comigo. Tem colocado cada vez mais que posso ser um jogador mais à frente, do que na beirada. Me explicou o porquê disso. Meu melhor ano, de 2019, foi jogando de atacante. Ele vê isso em mim, que posso ser aquele Bruno Henrique mais perto do gol, de cabeceio, de velocidade. Estando mais perto do gol, posso ajudar a equipe da forma que ele quer. É isso que ele vem conversando comigo.”
Super Mundial de Clubes
“O objetivo, é um deles, o Mundial. Sabemos que é muito difícil. São grandes clubes europeus, mas a gente chega forte pela equipe que temos e pelo início de ano que fazemos. Claro, com os pés no chão, sem deixar o oba oba contaminar nosso dia a dia. Muito se fala sobre o Flamengo ser imbatível, mas outras equipes mostram qualidade, como o próprio Internacional, nosso próximo adversário. Há outras equipes muito qualificadas que podem nos trazer dificuldades. Temos que seguir trabalhando jogo a jogo e esquecer esse oba oba que estão falando do Flamengo. O Flamengo é grande, mas isso fica para fora. Aqui dentro é todo mundo trabalhando junto e focado para alcançar nossos objetivos.”
Maior parceiro no Flamengo
“Um cara que me ajudou bastante desde o começo foi o Rodinei. Conheço o Rodinei desde que comecei a jogar futebol profissional, em 2012. Foi um cara que sempre tive contato, viramos amigos e somos irmãos. Amo a família dele, nos falamos sempre. É um cara que está jogando muita bola na Europa. Foi um cara que me ajudou bastante.”
Flamengo de 2025 pode alcançar o de 2019?
“O time de 2019 tinha características diferentes. Hoje temos um elenco mais qualificado, com jogadores melhores do que o de 2019. Hoje temos banco. Não é falando mal de ninguém da época, mas os jogadores que temos hoje são mais qualificados. É totalmente diferente daquele time.”
Mais 100 gols?
“Não sei se cabe mais 100. Vou fazer o máximo, como sempre, no dia a dia. Quero colocar meu nome cada vez mais na história do clube. Crescer em títulos e conquistas individuais.”