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Cruzeiro comemora 25 anos do bi na Libertadores: ‘enorme façanha’

No dia 13 de agosto de 1997, Elivélton marcou o gol que garantiu ao clube celeste sua segunda taça de campeão da América

Elivélton foi o herói da conquista cruzeirense na Libertadores de 1997

O dia 13 de agosto é extremamente especial na história do Cruzeiro. Numa data como essa no ano de 1997, a Raposa faturava o seu segundo título da Copa Libertadores e transformava Belo Horizonte na capital do futebol na América do Sul.

Neste sábado (13), portanto, o clube celeste celebra 25 anos de uma das suas mais importantes conquistas ao longo dos seus mais de cem anos.

A Itatiaia conversou nos últimos dias com diversos personagens emblemáticos daquela conquista e faz um compilado com o que de mais importante foi dito pelos heróis daquela competição.

"É com muita satisfação, muito orgulho. O tempo voa, já são 25 anos desde aquele título da Libertadores, em 1997. As conquistas ficam marcadas na história do clube, ajudou a formar essa nossa passagem brilhante pelo Cruzeiro”, disse à Itatiaia o ex-zagueiro Gelson Baresi.

Aquele esquadrão celeste tinha, dentre tantos guerreitos, o “Paredão Azul” Dida, os zagueiros Wilson Gottardo -- que era o xerifão e capitão -- e Gelson Baresi, o talentoso meia Palhinha -- que “desfilou” toda sua técnica em campo -- os volantes Ricardinho, Donizete e Fabinho, os laterais Vitor e Nonato, além dos atacantes Marcelo Ramos, Elivélton e Cleison, que até hoje são lembrados por tamanha façanha. Tendo em vista que desde então o clube estrelado não conseguiu vencer novamente a disputa internacional, batendo na porta em 2009.

Libertadores de 1997

Na primeira fase o time celeste perdeu os três primeiros jogos, para Grêmio, Alianza Lima (PER) e Sporting Cristal (PER). Dessa forma, precisava de um milagre para se classificar à fase seguinte.

Aí, a diretoria da época trocou o treinador, demitindo Oscar Bernardi e contratando Paulo Autuori. A mudança ajudou muito a equipe cinco estrelas a fazer uma campanha de completa recuperação até a conquista do título.

“Eu vejo como nosso grande pontapé, nossa volta por cima, o caráter, a hombridade. A gente não podia sair na rua, eramos muito cobrados. Como iniciamos a competição perdendo três jogos seguidos, Belo Horizonte não tinha lugar pra nós. O grande pontapé dessa volta por cima foi nossa coragem, e por ter sido homens com comprometimento. Essa é a palavra que mudou a nossa história”, comentou à Itatiaia o ex-atacante Elivélton.

Gol do título

Foi dos pés de Elivélton, que vestiu a camisa 20 na Libertadores de 1997, que saiu um dos gols mais importantes da história do Cruzeiro. Aos 30 minutos do segundo tempo, o atacante, que é canhoto, chutou de perna direita e acertou o canto direito do goleiro Balerio: 1 a 0 e festa completamente azul e branca Brasil afora.

“Para mim foi um marco na carreira, marcar um gol tão importante na história do futebol mundial, isso não é para qualquer um. Tive esse privilégio. Tantos jogadores poderiam ter marcado aquele gol. Se tivesse uma casa de aposta, o meu nome não entraria. A gente tinha o Palhinha, um craque, Marcelo Ramos, que a bola batia nele e entrava no gol, a sombra dele marcava gols. Eu fui uma grande surpresa, não para mim, porque eu entrei em campo determinado para defender a camisa do Cruzeiro e dar o melhor, o máximo, deixando tudo dentro do campo, pelo amor ao futebol, para honrar o clube que jogava”, relembrou.

“Fazer aquele gol foi a coroação do que passei e que fiz no Cruzeiro. Naquele jogo da final eu joguei pra caramba, fui pra cima, não tive medo de ser feliz. Aquele gol representou muito na minha carreira, representa até hoje. Todas as vezes que vejo o lance, fico todo arrepiado. É muito emocionante ver mais de cem mil pessoas pulando. Pude contemplar uma explosão de alegria de um grito que estava entalado na garganta do cruzeirense”, completou.

Outro herói

Quem também marcou muitos gols importantes pelo Cruzeiro na campanha da Libertadores de 1997 foi o atacante Marcelo Ramos. Um dos ídolos da história cruzeirense, Marcelo anotou dois gols nas semifinais contra o Colo Colo (CHI), um no jogo de ida (1 a 0 para o Cruzeiro) e outro na volta (3 a 2 para os chilenos).

“Completando 25 anos da Taça Libertadores, que conquistamos com o apoio de todos os torcedores e um grupo maravilhoso. A gente conseguiu esse feito, e, por isso, temos que comemorar. Agradeço demais a todos que fizeram parte dessa história e, principalmente, a imensa Nação Azul. História é para poucos e me sinto muito honrado de fazer parte disso tudo”, disse Marcelo à reportagem.

Recuperação

O Cruzeiro não disputa a Copa Libertadores desde 2019, quando acabou rebaixado no Campeonato Brasileiro. Fato que também é motivo de lamento para os grandes ídolos e campeões da América.

“Eu lamento o Cruzeiro passar 25 anos sem outra conquista da Libertadores. A gente sabe dos fatos que aconteceram, ficamos tristes com a situação. Espero que o clube possa retomar o caminho das conquistas e vitórias, para que mais breve possível volte à Libertadores e possa vencer, porque o torcedor merece muito”, citou Baresi.

Guilherme Piu é jornalista esportivo com experiência multiplataforma: digital, revista, rádio e TV. Tem dois livros publicados e foi premiado em festivais de cinema no Brasil e no exterior, dentre eles o Cinefoot. Cobriu grandes eventos, como Copa do Mundo, Olimpíada, Copa América e torneios de futebol. Passou por Hoje em Dia, Uol e Revista Placar.
Emerson Pancieri é setorista do Cruzeiro na Rádio Itatiaia, onde atua desde 2016. Graduou-se em Jornalismo pela Newton Paiva, em 2009. Passou também por Transamérica, O Tempo, Band News, Rádio Globo e CBN (onde foi setorista do Cruzeiro de 2012 a 2016 e cobriu o bicampeonato brasileiro 2013 e 2014, além da Copa no Brasil).