Ex-jogador e ídolo do Corinthians, Walter Casagrande Júnior criticou nesta terça-feira (25) o técnico corinthiano Cuca e o presidente Duilio Monteiro Alves. Em coluna na UOL Esporte, Casagrande afirmou que ambos “mentem juntos” a respeito de uma condenação por violência sexual envolvendo o treinador em 1987.
Apresentado como técnico corinthiano na última sexta-feira (21), Cuca se defendeu sobre o caso: “Eu tinha 20 e poucos anos na época. Nós iríamos jogar uma partida, subiu uma menina ao quarto, o quarto era o que eu estava junto com outros jogadores. Era um quarto duplo. Essa foi a minha participação nesse caso. Eu sou totalmente inocente, eu não fiz nada”.
Já Casagrande, em texto, confrontou a versão do treinador corinthiano. Ele também citou o fato de
“Cuca precisa decidir se continua a sua vida mentindo ou se vai ser honesto com a sociedade, porque nenhuma coisa e nem outra apagará o seu envolvimento no estupro da garota suíça de 13 anos”, iniciou.
“O Cuca mente descaradamente porque tenta se inocentar com o argumento de que não fez nada. Vamos deixar claro uma coisa: os exames forenses encontraram sêmen do Cuca no corpo da menina. O advogado da vítima, Willi Egloff, confirmou ao UOL que ela reconheceu Cuca como um dos estupradores”, completou.
Na sequência, Casagrande criticou Duilio e afirmou que o presidente também mente diante da situação. Cuca foi contratado para substituir Fernando Lázaro no comando técnico do Timão.
“Cuca mente sim, mas o Duilio Monteiro Alves mostra a sua verdadeira cara. A cara da falsidade, do autoritarismo, com parceiros importantes nisso tudo. Aqueles que foram consultados e que aprovaram a contratação do Cuca não vão defendê-lo? Ou agora que ficou clara a indignação da grande maioria das pessoas do futebol mudaram de lado?”, escreveu.
“Duilio Monteiro Alves ficará para a história como o pior presidente e pessoa que presidiu o Sport Club Corinthians Paulista (...) Cuca e Duilio mentem juntos, unidos, e se aceitam através do pacto nojento do machismo”, complementou.
Pressão
Cuca estreou como técnico do Corinthians no domingo (23) por
Durante a noite da estreia, jogadoras da equipe feminina do Corinthians foram às redes sociais e criticaram a contratação de
“Estar em um clube democrático significa que podemos usar a nossa voz, por vezes de forma pública, por vezes nos bastidores. “Respeita as Minas” não é uma frase qualquer. É, acima de tudo, um estado de espírito e um compromisso compartilhado. Ser Corinthians significa viver e lutar por direitos todos os dias”, diz comunicado das corinthianas.
Parte da torcida também questionou a contratação de Cuca por conta da situação envolvendo o treinador e o caso de estupro.
Casagrande
Ex-atacante, Casagrande atuou no Corinthians entre 1982 e 1986 e em 1994 e ganhou status de ídolo - foram 234 jogos e 93 gols. No clube, ele conquistou o Campeonato Paulista em 1982 e 1983 e fez parte da equipe no período da “Democracia Corinthiana”.
O movimento ideológico cobrava maior participação popular e se colocava contrário à Ditadura Militar. Adilson Monteiro Alves, pai de Duilio, inclusive, também fez parte do período, quando era diretor de futebol do Corinthians.
Além de Casagrande, Wladimir, lateral-esquerdo, e Sócrates e Zenon, meias, Casagrande, eram alguns nomes da Democracia Corinthiana.