Ouvindo...

Participe do canal e receba as notícias do Botafogo no WhatsApp

Como Eduardo superou lesão rara e virou protagonista no Botafogo

Em entrevista exclusiva à Itatiaia, camisa 33 do Glorioso falou dos momentos difíceis e de como foi chegar ao clube

Eduardo soma 24 jogos e dez gols pelo Botafogo

Uma lesão rara no tendão do músculo da coxa esquerda em outubro do ano passado quase atrapalhou a caminhada de Eduardo com a camisa do Botafogo. Contratado no meio do ano passado, o meia precisou superar este momento para se tornar protagonista.

E a volta, que aconteceu só agora em 2023, tem rendido frutos para ele e para o clube. São sete gols e duas assistências em apenas dez jogos, que o elevam ao patamar de um dos principais destaques do time Luis Castro.

Mas para chegar até aqui, Eduardo precisou ter a cabeça no lugar. A lesão no clássico diante do Fluminense deixou o jogador temeroso quanto ao seu futuro. Afinal, poucos jogadores tinham passado por isso. Foi necessário buscar ajuda com diversos especialistas até a decisão de operar.

“Superar a lesão foi muito difícil, foi algo bem raro, coisa que quase nenhum jogador de alto nível no Brasil tinha feito essa cirurgia. Vou fazer 34 anos e já passei por muitas dificuldades. Essa lesão de foi um dos momentos mais difíceis. Não tínhamos acesso a pessoas que já tinham passado por isso. Fiquei na dúvida se fazia ou não a cirurgia. Conversando com médicos do mundo todo resolvi fazer. Foi a melhor escolha. Voltei 100% sem preocupação e podendo fazer o que mais amo”, celebrou em entrevista exclusiva à Itatiaia.

A difícil decisão do jogador em operar ou passar por um tratamento mais conservador foi feita mediante muita pesquisa e busca por especialistas. Se optasse pelo tratamento mais conservador, por exemplo, o tendão poderia retrair e atrapalhar ainda mais a recuperação.

Com o drama superado e sendo um dos principais responsáveis pelos 12 jogos de invencbilidade que o Botafogo ostenta em 2023, Eduardo garante que não vive, ainda, seu melhor momento com a camisa do Glorioso.

“Não acredito que seja o melhor momento da carreira, mas é especial e diferente. Vai vir muita coisa pela frente. Estou mostrando meu futebol para o Brasil, coisa que fiz antes na Europa e no Mundo Árabe. Estar em alto nível e jogando bem no Brasil é muito especial para mim”, destacou.

Entendimento de Luis Castro é essencial

Com Eduardo em campo em 2023, são incríveis oito vitórias e dois empates. Com gols decisivos, o camisa 33 garante que o entendimento do treinador Luis Castro são fundamentais para seu desempenho.

“Já conhecia o (Luis) Castro da época no Porto-POR. Foi uma ajuda muito especial para minha adaptação. Ele sempre me deixou à vontade nos jogos. Gosto muito de chegar na área. Ele não me prende tanto. Quando jogo de volante, por exemplo, tenho mais liberdade que os outros volantes para sair e essa é uma das minhas características. Ele tem me ajudado a fazer gols e dar assistências”, contou.

Foco em grandes objetivos

Líder da Série A do Campeonato Brasileiro, classificado para as oitavas de finais da Copa do Brasil, o Botafogo tem nesta quinta-feira (4) um confronto que vale a liderança do Grupo A da Copa Sul-Americana, diante da LDU-EQU. Com os pés no chão, Eduardo sonha alto na temporada, mas sempre jogo a jogo.

“Sonhando alto com os pés no chão. Sabemos que no Brasil é muito difícil ser campeão com tantos grandes clubes. Temos os objetivos dentro do plantel e do grupo. Sempre com humildade e trabalhando, porque sem isso não tem como atingir nossos objetivos. Estamos focamos no que colocamos como grupo na temporada”, revelou o camisa 33, que está confirmado para o confronto no Nilton Santos.

Escolha pelo Botafogo

Com passagem pelo Fluminense, ainda jovem, Eduardo fez carreira no Oriente Médio e em Portugal. Por isso, quando recebeu a proposta do Botafogo, e com Luis Castro como comandante, o camisa 33 não pensou duas vezes para aceitar o convite.

“A escolha foi muito fácil. Recebi o contato e já falei pro meu empresário que tinha mais um ano na Arábia, mas eu queria vir. Foi rápida a negociação, só demorou minha rescisão lá porque eles não queriam me liberar. Estava decidido que queria voltar. Estava jogando em alto nível lá e por isso queria estar no Brasil para jogar em alto nível aqui”, comentou, completando:

“Fazia tempo que queria experimentar isso no futebol brasileiro. Tava faltando na carreira. Tem tudo dado certo e que continue assim por mais alguns anos”, concluiu o meia que é o vice-artilheiro do Botafogo na temporada, com sete gols, atrás apenas de Tiquinho Soares, que soma 12.

Carreira no futebol

Aos 33 anos, Eduardo iniciou no Desportivo Brasil e foi para o Ituano, onde se profissionalizou. Após boa passagem no interior paulista, foi contratado em 2009 pelo Fluminense. No Rio atuou em 11 jogos e marcou um gol.

No ano seguinte, disputou a Série A do Brasileiro pelo Grêmio Barueri, com 32 jogos naquela temporada. Passou pelo Estoril Praia-POR até chegar ao Porto-POR, em 2013, quando trabalhou com Luís Castro.

De Portugal foi para Nice-FRA, onde marcou dez gols e deu duas assitências em 32 jogos. Foi negociado com o Al Hilal-ARA, jogando por cinco temporada e jogou contra o Flamengo no Mundial de Clubes de 2019.

Passou ainda Al Ahli-EAU e por Al-Ahli Jeddah-ARA até desembarcar no Botafogo. O meia tem vínculo com o Botafogo até o final de 2024. Ao todo são 24 jogos, dez gols e três assistências no clube.

Jornalista esportivo desde 2006 e com passagens por Lance!, Extra e assessorias de marketing esportivo. É correspondente da Itatiaia no Rio de Janeiro. Tem pós-graduação em Jornalismo Esportivo e formação em Análise de Desempenho voltado para mercado.