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Resultados do Bahia no 2º turno apontam ‘regressão à média’ de Rogério Ceni

Depois de primeiro turno acima das expectativas, Esquadrão vai mal na reta final do Brasileirão

Depois de um primeiro turno acima das expectativas, o Bahia ainda não consegue repetir bons resultados na metade final da Série A do Campeonato Brasileiro. Em 12 jogos, a equipe tricolor conquistou apenas 15 pontos (41,67% de aproveitamento), com quatro vitórias, três empates e cinco derrotas.

Caso o certame tivesse se iniciado a partir da 20ª rodada, o Esquadrão de Aço teria apenas a 12ª melhor campanha e ficaria atrás de times que brigam contra a zona de rebaixamento, como Vitória, Fluminense e Corinthians.

Diante dessa situação, o Esquadrão de Aço vê ameaçado seu sonho de se classificar à Libertadores do ano que vem. Neste momento, o clube ocupa a sétima posição do Brasileirão, com 46 pontos. São cinco a menos que o São Paulo, primeiro integrante do G6.

O cenário em questão mostra uma “regressão à média” do trabalho do técnico Rogério Ceni. É o que aponta um levantamento realizado pela Itatiaia.

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Regressão à média

Regressão à média é um fenômeno estatístico que aponta que, em qualquer série de eventos aleatórios, há uma grande probabilidade de um acontecimento extraordinário ser seguido por um acontecimento mais corriqueiro. Exemplo: se os times de Rogério Ceni costumam ter um aproveitamento mediano, manter-se em muito alto ou muito baixo nível será uma exceção.

“A longo prazo, as pessoas e os eventos tendem a regressar à sua média. Por exemplo: de uma forma específica, você pode garantir que um goleiro que vive uma grande fase, mas é um goleiro mediano, vai ter uma falha grotesca para voltar à média. Isso é o que chamamos de Lei dos Grandes Números”, explica Gilcione Nonato Costa, professor do departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Ao longo de sua carreira como treinador, Ceni passou por cinco clubes: São Paulo, Fortaleza, Cruzeiro, Flamengo e Bahia. No total, disputou 189 jogos no Brasileirão, com 75 vitórias, 45 empates e 69 derrotas. O aproveitamento geral, portanto, é de 47,6%.

O Bahia terminou o primeiro turno do Brasileirão com 31 pontos conquistados em 19 rodadas (54,39% dos possíveis). Hoje, o time tricolor tem 46 pontos em 31 jogos (49,46%). Sendo assim, no contexto geral, os números estão mais adequados à média de Ceni na carreira.

“Esse elenco do Bahia teve um começo de campeonato muito bom. Chegou a liderar a competição, mas estava acima de sua média. Com o andar do campeonato, o rendimento dessa equipe tende a voltar à média”, completa Gilcione.

Campeão com o Flamengo

Isso não quer dizer, porém, que o treinador nunca conseguiu se superar. Em 2020, quando treinou Fortaleza e Flamengo no Brasileirão, ele atingiu 55,5% de aproveitamento. Foram 17 vitórias, nove empates e 10 derrotas no período, e o Fla terminou a competição como o grande campeão, com 71 pontos.

O primeiro Brasileirão de Ceni como técnico, por outro lado, foi muito ruim. Pelo São Paulo, acumulou 11 jogos, três vitórias, dois empates e seis derrotas (33,3% de aproveitamento).

Em ambos os casos, porém, os números são exceção, e não regra. É o que mostra o levantamento abaixo.

Rogério Ceni em cada edição do Brasileirão

  • 2024 (Bahia): 31 jogos, 13 vitórias, 7 empates e 11 derrotas (49,46% de aproveitamento)
  • 2023 (Bahia): 17 jogos, 7 vitórias, 1 empate e 9 derrotas (43,1% de aproveitamento)
  • 2022 (São Paulo): 37 jogos, 12 vitórias, 15 empates e 10 derrotas (45,9% de aproveitamento)
  • 2021 (Flamengo e São Paulo): 20 jogos, 8 vitórias, 3 empates e 9 derrotas (45% de aproveitamento)
  • 2020 (Fortaleza e Flamengo): 36 jogos, 17 vitórias, 9 empates e 10 derrotas (55,5% de aproveitamento)
  • 2019 (Cruzeiro e Fortaleza): 37 jogos, 15 vitórias, 8 empates e 14 derrotas (47,74% de aproveitamento)
  • 2017 (São Paulo): 11 jogos, 3 vitórias, 2 empates e 6 derrotas (33,3% de aproveitamento)

Chances de Libertadores

O Bahia nunca teve uma probabilidade tão baixa de terminar a Série A do Campeonato Brasileiro dentro do G6 como agora. Com a derrota para o Vasco nessa segunda (28), as expectativas de classificação para a Libertadores do ano que vem despencaram, segundo dados do departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Após 31 rodadas disputadas, o clube tricolor aparece com apenas 18,6% de chances de ir ao torneio continental em 2025. Antes do duelo com o Cruzmaltino, esse número era de 31,2%.

Torcida pelo Botafogo aumenta

Diante da atual situação, o Esquadrão “torce” mais do que nunca por uma final entre Atlético e Botafogo na Copa Libertadores de 2024. Isso porque uma decisão entre as duas equipes alvinegras abriria, obrigatoriamente, mais uma vaga classificatória para a Pré-Libertadores na Série A. Em resumo, o G6 viraria G7.

O Galo pode carimbou sua vaga na final nessa terça (29). Após vencer o jogo de ida por 3 a 0, o time treinado por Gabriel Milito empatou sem gols com o River Plate na volta.

A situação do Glorioso também é tranquila, pois o time venceu o Peñarol por 5 a 0 no primeiro duelo da semifinal. O jogo de volta será disputado nesta quarta (30), às 21h30, no estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu.

Sequência do Bahia

Até o fim do Brasileirão, o Bahia enfrentará os seguintes adversários: São Paulo (em casa), Juventude (fora), Palmeiras (em casa), Athletico-PR (em casa), Cuiabá (fora), Corinthians (fora) e Atlético-GO (em casa).

O desafio contra o Tricolor paulista será na próxima terça-feira (5), às 21h30 (de Brasília), na Arena Fonte Nova, em Salvador, pela 32ª rodada do certame.


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Nuno Krause é correspondente da Itatiaia na região Nordeste. Formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), acumula passagens por Bahia Notícias, Jornal A TARDE e Rádio Salvador FM. Atua no jornalismo esportivo desde 2019.
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