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Paiva é chamado de ‘burro’ e explica opção por Juba no banco do Bahia

Paiva lamentou as críticas da torcida e o termo pejorativo utilizado para questionar treinadores no Brasil; ele explicou que Juba precisa de tempo e treino

Luciano Juba, atacante do Bahia

Uma das estreias mais esperadas pelo torcedor do Bahia, o atacante Luciano Juba só entrou em campo, diante do Vasco da Gama, neste domingo (3), aos 41 minutos do segundo tempo. Uma opção do técnico Renato Paiva. Entretanto, a massa tricolor queria o novo reforço como titular.

Atrás do banco de reservas, o treinador do Esquadrão afirmou que foi chamado de burro “500 vezes”. E, lamentando o xingamento, explicou por que não utilizou o atleta de 24 anos desde o início do jogo.

“Juba fez dois treinos com o Bahia. Dois treinos. E atrás de mim me chamaram de burro 500 vezes porque eu não tinha colocado o atleta. Ele entrou e não conseguiu trocar passes. Porque ele não é super-homem. Futebol é feito de treino, conexões entre jogadores, que se consegue treinando”, começou por justificar Paiva.

“Juba vem do Sport, com outros colegas e outro treinador diferentes. E treinou lá todos esses meses. Um jogador de 50 e muitos jogos lá e queriam que já fosse titular. Eu não vejo futebol assim. Se me dissessem o Bahia contratou o Messi ou Cristiano Ronaldo, aí nem precisava treinar. Isso é exceção. Para mim, a regra é treino, treino, treino. Porque treino é que gera conexões”, completou.

Renato Paiva afirmou ainda que a entrada de Juba no jogo sequer estava nos seus planos. Na avaliação do treinador, o ex-Sport entrou mal no jogo, mas não por culpa do atleta. Mas, sim, por falta de “conexão” com os colegas de time.

“Mediante às limitações físicas hoje, hoje eu tive que pôr o Juba. Tive que pôr. Não era minha ideia colocá-lo. O Juba errou três ou quatro passes, não teve impacto no jogo. E muita gente vai dizer que ele foi uma contratação que nos enganamos. Mas o burro sou eu que não o pus de titular. E para que treinamos? Isso não existe”, afirmou, antes de criticar o termo pejorativo com o qual os técnicos são xingados no Brasil.

“E o Brasil, estou encantado, adoro este país, vim porque quis, mas é o único país que chamam os treinadores de burro. Já estive em Portugal, na Europa, no Equador e no México. É o único país que chama o treinador de burro. Enquanto for eu treinador, vou evitar muito essas situações. Juba hoje foi mais vítima do réu. Isso não pões em causa a qualidade extrema que ele tem. Ele agora precisa se enquadrar no Bahia. Juba pode jogar pela esquerda, pode jogar atrás do nove, vamos ver o que vai ser em função das dinâmicas do jogo e do treino. Em função de como ele vai dar no treino e da percepção dele da nossa forma de jogar”, pontuou.

O Bahia é o 16º colocado da Série A, com 22 pontos. A equipe agora se prepara para enfrentar o Coritiba, no próximo dia 14 de setembro, no Couto Pereira.

Jornalista, natural do Recife, é atualmente correspondente do portal Itatiaia Esporte na região Nordeste. Com mais de uma década de experiência no jornalismo esportivo, tem passagens pela Folha de Pernambuco, Diario de Pernambuco, Superesportes e NE45. Em Portugal, trabalhou por O Jogo e Sport Magazine.