No mesmo dia em que o Bahia fez o melhor jogo sob o comando do técnico Renato Paiva, o treinador português não se conteve. Minutos após golear o Bragantino por 4 a 0, neste domingo (20), na Arena Fonte Nova, o comandante tricolor foi protagonista de um intenso bate-boca com um radialista durante a entrevista coletiva.
Logo na primeira pergunta, o radialista Jaílson Baraúna pediu para Paiva falar do jogo em que a equipe “se mostrou regular do início ao fim”. Ciente das recentes críticas apontadas pelo profissional de imprensa, o técnico deu início à discussão.
“Pensei que se ia pôr em pé e apontar-me o dedo. Pensei que ia fazer isso. Você gosta de me insultar”, disse Paiva.
“Só posso perguntar sobre o jogo”, respondeu o radialista.
“Então, vou responder: eu pensei que você ia pôr-se em pé e apontar-me o dedo e chamar-me de covarde e malcriado como fez. Mas você faz isso longe. Você faz isso longe, aqui não faz”, falou o técnico.
“Naquele dia você foi”, retrucou.
“Malcriado, ninguém me achou, só você. Não insultei ninguém, só você. Segundo, se fosse covarde, já teria ido embora. Estou falando para o radialista, não para o homem. Se eu fosse covarde, já me tinha ido embora e não falava na sua cara. Você fala no seu show”, apontou Paiva.
“Achei a sua atitude covarde, sim. Não respondeu o que eu lhe perguntei, foi uma atitude covarde. Se eu falar o que falei na TV, fale do que falei na TV e depois responda à pergunta da coletiva. Eu venho para a coletiva lhe perguntar do jogo, no programa, no meu canal de Youtube, onde eu quiser, eu falo o que eu penso. Aqui eu falo do jogo”, rebateu.
“Você só pensa do outro lado, na minha frente não pensa”, disse Paiva.
“Quer debater, vamos”, disse o radialista, em clima bastante tenso nesta altura.
“Acha que vou perder tempo consigo?”, falou o técnico.
“Belo treinador que não responde se seu time jogou aquilo que planejou”, bateu o radialista.
“Treinador pífio, como você é um radialista pífio”, atirou Paiva.
“Você é pífio, sim”, retrucou Baraúna.
“Quando cheguei a Salvador disseram-me tenha cuidado com tal do Baraúna e, de fato, confirma-se. Nunca lhe chamei de covarde e malcriado”, terminou Paiva.
Após o longo e tenso incidente, Paiva passou a falar do jogo normalmente, e elogiou a postura da equipe.
“Fizemos um jogo de grande qualidade, contra um grande adversário no G6, uma equipe muito bem treinada pelo Pedro [Caixinha]. Só que nós hoje tivemos para além da qualidade do jogo posicional, porque, por exemplo, com o Atlético, nós tivemos 30-40 minutos muito bons, mas depois deixamos de ter jogo posicional e acabamos perdendo controle do jogo. Hoje não, muito bem. Conseguimos quase sempre encontrar as melhores soluções”, pontuou.
