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Presidente do Atlético: ‘O Mineirão vê o futebol como um subproduto’

Sérgio Coelho se junta às críticas de Ronaldo à Minas Arena e pede que governador ajude a encontrar solução para crise

Sérgio Coelho se juntou às críticas de Ronaldo sobre o Mineirão

Rivais dentro de campo, aliados fora dele. Pelo menos quando o assunto é a espinhosa relação entre o Mineirão e os grandes clubes do futebol mineiro. Na crise entre o Cruzeiro e a Minas Arena, administradora do estádio, a posição do Atlético é clara: está ao lado da Raposa. Para o presidente alvinegro, Sérgio Coelho, o maior palco esportivo no Estado não vê mais o futebol como o seu principal produto.

“A sensação que tenho é de que o Mineirão vê o futebol como um subproduto. O futebol mineiro é um subproduto, hoje já não é o mais importante para o estádio. Assim como o Cruzeiro, que está saindo para jogar no Independência, nós já temos alguns jogos marcados no Horto e temos convites para jogar em algumas arenas fora de Belo Horizonte. Temos de encontrar soluções para os nossos problemas”, defende Sérgio Coelho.

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Na visão do presidente do Galo, é preciso uma intervenção do Governo de Minas Gerais para encontrar uma solução que ponha fim à crise entre o Mineirão e os clubes da capital.

“O Mineirão foi construído para ser o palco do futebol mineiro e hoje, infelizmente, não tem sido assim. Eu pedi uma audiência com o governador Romeu Zema para tentarmos encontrar uma solução, porque o futebol mineiro perde muito com isso, lamentavelmente. Precisamos buscar uma solução para este problema e talvez a solução passe por jogar no Independência e também fora do Estado”, afirma.

Sérgio Coelho garante entender a necessidade do Mineirão de preencher datas vazias com eventos que não sejam esportivos. No entanto, para o presidente alvinegro, é preciso que o futebol tenha preferência na agenda do estádio.

“Há a questão do altíssimo custo da operação de um jogo, é elevadíssimo, a gente tenta baixar e não consegue. Mas o pior de tudo tem sido mesmo as datas de show. Nós sabemos que o Mineirão é multiuso, mas não queremos exclusividade, queremos preferência. Nos próximos meses, teremos três datas de jogos em que não poderemos jogar no estádio. Há um show no dia 18 de março que inviabiliza o jogo do Atlético se estivermos na terceira fase da Libertadores. Há também um jogo na semifinal e o primeiro jogo da final do Mineiro”, desabafa.

E as reclamações não se limitam ao fora de campo. O presidente alvinegro revela que o Atlético chegou a ser ameaçado pela Conmebol por causa da má qualidade do gramado do estádio.

“Temos muitas dificuldades com o Mineirão, primeiro pelo gramado. Entre os palcos dos principais times do Brasil, dos quais fazem parte Atlético e Cruzeiro, o nosso gramado é o pior deles, e não era para ser. Infelizmente a gente não consegue fazer com que o Mineirão nos entregue um gramado adequado para a prática do esporte. Em alguns jogos que disputamos, chegamos a ser ameaçados pela Conmebol de não poder praticar o jogo, pela qualidade do gramado”, revela o presidente alvinegro.

No começo do ano, o Atlético anunciou que disputaria os jogos da primeira fase do Campeonato Mineiro no Independência em detrimento ao Mineirão. O único jogo previsto para o Gigante da Pampulha nesta primeira fase do Estadual é o clássico com o América, que tem mando de campo do Coelho.

No entanto, ao contrário do Cruzeiro, a crise entre o Atlético e o Mineirão tem data para acabar, já que o Alvinegro pretende começar a jogar no seu próprio estádio, a Arena MRV, no fim de junho.

Jornalista, mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação pelo ISCTE-IUL (Lisboa), com passagens por TV Globo | SporTV, Jornal Hoje em Dia, Agência EFE (Espanha), BBC News Brasil (Inglaterra) e Sport TV (Portugal)