A paixão pelo futebol como forma de lidar com o luto é tema do livro “Dos que vão morrer, aos mortos”, obra do escritor mineiro Rafael Sette Câmara que tem o
A obra traz a história de um jovem que perdeu a mãe de forma violenta e sem explicação. Ele precisa começar a vida adulta enquanto tenta lidar com o luto e com a falta de respostas. “Essa é a história do meu livro e também a minha maior dor, porque foi assim que perdi minha mãe”, explica o autor.
Em um cenário tão forte da vida, o futebol surge como a paixão que rompe as quatro linhas. “Ele [futebol] funciona como uma espécie de libertação das dores, das decepções, um expurgo. É uma oportunidade de conversa, de contato entre pai e filho, mãe e filha. Uma mistura de encontro de família com fé”, completou Sette Câmara.
Praça Sete, Rua Sapucaí, Edifício Maletta, Tobogã da Contorno, Pampulha, Savassi e o Cemitério do Bonfim são locais de Belo Horizonte nos quais o romance se passa. Além da ligação com a capital mineira, o autor insere o América também pela ligação pessoal com o clube, do qual é sócio-torcedor e presença constante nos jogos em casa.
“O América me acompanha em todos os momentos, bons e ruins. Vou para o estádio em dias felizes, para celebrar com amigos, e também em dias tristes, quando preciso colocar minhas dores para fora e pensar um pouco”, explicou Rafael Sette Câmara.
Rafael Sette Câmara é torcedor do América e autor de “Dos que vão morrer, aos mortos”
“O América exige a mesma dedicação de uma cerimônia religiosa ou um trabalho de carteira assinada, é quase um bater cartão na catraca do estádio”, diz trecho do livro.
O evento de lançamento de “Dos que vão morrer, aos mortos” começa às 9h30 (de Brasília) deste sábado, com direito a sessão de dedicatórias, tendo em vista que América e Operário se enfrentam às 11h no Independência. Com 172 páginas e preço de R$ 60, a obra pode ser comprada online, no site da editora Urutau, ou diretamente com o autor, pelo @rafaelsettecamara.
“Há, num jogo de futebol, todos os elementos necessários para uma catarse. Da euforia na hora de um gol, em especial aqueles que demoram a acontecer, à tristeza por uma derrota inesperada. Da raiva direcionada ao juiz aos cânticos inflamados que pedem por uma reação em campo. Tem também a apatia dos empates sem graça. Você está ali, observando o campo, mas sem ver, olhos que se perdem num gramado verde”, diz outro trecho do livro.