A Justiça do Rio oficializou à CBF nesta segunda-feira (11) o afastamento do presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues. O TJ-RJ designou o presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), José Perdiz de Jesus, para comandar interinamente a confederação.
A principal missão de Perdiz será marcar uma eleição em até 30 dias úteis, ou seja, até 25 de janeiro de 2024. Ele também terá que coordenar o pagamento das despesas corriqueiras que permitam o funcionamento da entidade, como salários e afins.
Ednaldo pretende recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Brasília. Seus advogados vão tentar obter uma liminar que anule a decisão dos desembargadores do TJ-RJ até que caso seja tratado pelo STJ. De qualquer modo se conseguir apoios de federações estaduais e clubes, ele poderá se candidatar à eleição que será marcada.
Entenda o caso
O processo que causou o afastamento de Ednaldo Rodrigues está ativo desde 2018, por iniciativa do Ministério Público do Rio de Janeiro, ainda referente à eleição de Rogério Caboclo, antecessor de Ednaldo.
O MP questiona o estatuto da confederação por estar em desacordo com a Lei Pelé porque previa pesos diferentes para clubes nas votações para a escolha dos presidentes. Os dirigentes das 27 federações estaduais tinham peso 3 na votação, contra peso 2 dos 20 clubes da Série A e peso 1 dos 20 da B.
A Justiça anulou em 2021 a eleição de Rogério Caboclo e determinou uma intervenção na CBF, nomeando Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), como os interventores. Essa decisão foi cassada pouco tempo depois.
A CBF e o Ministério Público fizeram um acordo extrajudicial e assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O estatuto mudou e os pesos nos votos dos times das séries A e B ficaram iguais. Na nova eleição, em 2022, Ednaldo Rodrigues, que estava como presidente interino, foi eleito para um mandato completo de quatro anos, até março de 2026.
Gustavo Feijó, que era vice na época de Caboclo, acionou a 2ª instância. O pedido era que o TAC fosse anulado, e Ednaldo afastado, alegando que o juiz de 1ª instância não tinha atribuição para homologar o documento. Foi isso que foi acatado na quinta-feira (7) pelo TJ-RJ.
A Itatiaia apurou que a avaliação do estafe de Ednaldo é que a decisão deverá ser revertida pelo STJ, mas que a situação pode desgastar a imagem do presidente.