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Três torcedores do Valencia são condenados por atos racistas contra Vini Jr

Em maio de 2023, atacante brasileiro do Real Madrid foi chamado de ‘macaco’ por torcedores adversários no Mestalla

Vini Jr., do Real Madrid, apontou para torcedores do Valencia que o chamaram de ‘macaco’

Em uma decisão histórica, três torcedores do Valencia foram condenados a oito meses de prisão por terem chamado o atacante brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, de “macaco”, no Mestalla. A informação foi divulgada pela La Liga na manhã desta segunda-feira (10).

Em maio do ano passado, em confronto válido pela 35ª rodada da LaLiga na temporada 2022/2023, muitos torcedores do Valencia chamaram Vinícius Júnior de “mono” (macaco, em espanhol). No entanto, apenas três foram identificados e julgados pela Justiça Espanhola.

Ainda conforme a LaLiga, os três torcedores estão proibidos de entrar em qualquer estádio por um período de dois anos e vão pagar as custas do processo.

Por meio de nota, a LaLiga disse ser uma líder do futebol mundial na luta contra o racismo. De acordo com a liga espanhola, mais de 700 projetos foram implementados nos últimos oito anos.

Em suas redes sociais, o Real Madrid publicou um comunicado em que celebra a condenação dos torcedores do Valencia.

“Esta é a primeira condenação por atos desta natureza proferida por tribunais e tribunais criminais. O Real Madrid, que neste processo juntou a acusação privada com Vinícius Júnior, continuará a trabalhar para proteger os valores do nosso clube e erradicar qualquer comportamento racista no mundo do futebol e do desporto”, escreveu o clube merengue.

Nota da LaLiga

“A LALIGA é líder na luta contra o racismo há anos, através da sensibilização, detecção e denúncia.

A LALIGA não tem o poder de sancionar clubes, adeptos ou jogadores por condutas de ódio, racismo, violência, etc. A legislação existente em Espanha apenas lhe permite levar os factos às autoridades competentes.

Por esta razão, desde a temporada 2015/2016, a LALIGA denunciou todas as violências e abusos ocorridos dentro e fora dos estádios à Comissão Estadual contra a Violência, Racismo, Xenofobia e Intolerância no Esporte, bem como ao Comitê de Competição da RFEF.

Em Janeiro de 2020, na sequência de alguns insultos racistas vergonhosos contra o jogador do Athletic Club Iñaki Williams, a LALIGA decidiu dar um passo mais longe, recorrendo directamente ao sistema de justiça, seja através do Ministério Público do Ódio, dos Tribunais ou da Polícia Nacional, para casos envolvendo crimes enquadrados no Código Penal.

Na verdade, o caso relativo a Iñaki Williams deveria ter sido o primeiro a obter uma sentença devido ao momento em que ocorreu, mas várias dificuldades processuais atrasaram o processo judicial.

Em diversas ocasiões, a LALIGA solicitou uma alteração à Lei 19/2007, de 11 de julho de 2007, contra a violência, o racismo, a xenofobia e a intolerância no desporto, e à Lei 39/2022, de 30 de dezembro de 2007, sobre o desporto, a fim de ter poderes sancionatórios em tais casos. , o que reduziria significativamente o tempo necessário para impor quaisquer sanções.

Além disso, há alguns anos, a LALIGA criou a iniciativa LALIGA VS, um projeto entre a LALIGA e os clubes que visa erradicar o ódio dentro e fora dos estádios, promovendo uma sociedade respeitosa e inclusiva a todos os níveis. O projeto busca inspirar e conscientizar os torcedores sobre os valores do futebol para construir uma sociedade livre de ódio e discriminação.

Nos últimos oito anos, mais de 700 iniciativas e projetos foram realizados pela LALIGA e pelos seus clubes. Especificamente, nos últimos cinco anos, os clubes LALIGA EA SPORTS e LALIGA HYPERMOTION implementaram 44 campanhas destinadas a reduzir o discurso de ódio, utilizando a educação como base, a prevenção através de campanhas de sensibilização e a tomada de medidas diretas”.

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Leonardo Garcia Gimenez é repórter multimídia na Itatiaia. Natural de Arcos-MG e criado em Iguatama-MG. Passou também pela Record Minas.